MOTH
First Second

| Fevereiro 2, 2015 4:26 pm
First Second// Peter Out Records // Janeiro de 2015
7.6/10

Os MOTH são um quarteto dinamarquês nascido em 2012 que se enquadra facilmente nas novas bandas revivalistas do post-punk dos anos 80. O resultado: a conjugação de um synthpunk embebido numa cold-wave, e um álbum de estreia promissor que, embora  editado em Junho de 2014,  recebe agora nova edição da Peter Out Records através de uma cover-art mais sombria. First Second é assim o sucessor de Moth EP e Luminol, ambos lançados em 2012 e em formato curta duração. Para trás, de relembrar a incrível nota de abertura do EP homónimo em “Intro/Slow Burn” a ir de encontro às sonoridades de A Place To Bury Strangers e ao baixo presente em The New Life dos Girls Names. No entanto a fórmula de First Second é diferente e os sintetizadores possessivos dão voz essencialmente às guitarras. 

“Dysphoria” funciona como uma boa nota de abertura para o presente álbum. A linha de baixo a ser acompanhada posteriormente pelas primeiras notas dos sintetizadores consegue resumir, apenas em segundos, que de facto os subgéneros do post-punk são os moldes de toda a base de First Second. “Taste The Remains” é um dos pontos fortes da estreia dos dinamarqueses. A guitarra exaustiva que o inicia, e posteriormente serve de pausa origina um som poderoso que atinge o auge da sua veia existencialista por volta dos dois minutos de avanço. Por sua vez encontra-se em “Parasite” um dos momentos mais sombrios do álbum. A cover art deste novo trabalho ganha aqui a sua definição, e talvez por isso também nós nos sintamos tentados a cantar “die harder”.



Em First Second os MOTH apresentam um álbum muito consistente e inteligente. Há poucos elementos a acrescentar a um álbum revivalista, mas se o quarteto se enquadra nesta onda, há que destacar os efeitos que ambos usam para atingir algo peculiar. “Obelion Disco”, um dos melhores singles deste álbum retrata essa peculiaridade conseguida. A voz não encanta, mas encanta o existencialismo e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre vida e morte. Em suma, o álbum de estreia dos MOTH é uma boa aposta para quem pretende explorar a dark wave mas ainda não sabe por onde começar. Fica o final de “After The Fire” e  “In The Headlights” como sugestão.

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