Plastic Man
Don’t Look At The Moon

| Abril 5, 2015 1:49 pm
Don’t Look At The Moon // Black Candy Records // Março de 2015
6.4/10

Os italianos Plastic Man formaram-se em Florença, 2012, influenciados pela onda psicadélica e revivalista dos anos 60 que se fez sentir na altura. O trio junta assim na sua sonoridade geral, elementos de stoner, garage-punk produzidos por sobre o uso notado de fuzz, reverb e delay que vão sendo modificados ao longo das composições. Don’t Look At The Moon, álbum de estreia, sucede o primeiro curta duração editado em 2013. No geral, e antes de se partir para a análise de cada canção em destaque, o presente álbum reflecte de facto um conjunto de influências baseadas no garage rock, apresentado num conjunto de doze músicas que trazem alguns riffs e efeitos sonoros interessantes. 


“Play The Card” abre numa ode aos Thee Oh Sees, e embora traga, posteriormente, um rock mais abrasivo, acaba por se tratar de uma canção simples e sem elementos inovadores na sua composição. Aliás esta música poderia facilmente ser composta por qualquer uma das bandas da Burger Records e esta persistência de sensação, nas constantes reproduções do presente álbum, acaba por o tornar indiferente face a tantos outros trabalhos que têm saído no mesmo ano. Mais avante, em “Rolling Machine”, voltamos a encontrar um track numa sonoridade baseada nas guitarras efusivas, de curta duração (à semelhança dos outros onze singles, que raramente ultrapassam os três minutos de duração) e ainda uma letra pobre, típica do género explorado, que acaba por desvanecer nos segundos finais de forma caótica. Embora Don’t Look At The Moon seja um álbum interessante, para se ouvir durante os tempos mais quentes, é um álbum que por si só, não consegue conduzir o ouvinte a sentir uma necessidade fulcral de o ouvir em loop, e isso é limado na sua constância sonora. Há singles interessantes, mas os Plastic Man não os conseguiram tornar únicos nem tão pouco revolucionários.

É importante ainda referir que, apesar de soar como mais um álbum californiano de garage-rock, Don’t Look At The Moon apresenta diversas influências na sua composição. Em “North Polar Land” encontram-se algumas sonoridades próximas às de Kasabian, nomeadamente na sua abertura. “Needle Point”, traz uma guitarra de abertura típica das novas bandas do surf-rock, no entanto, é pelo meio da faixa, por volta dos dois minutos, que se encontram alguns elementos do psych-rock onde se podem destacar os Lumerians como uma eventual influência essencialmente a níveis de percussão. Por acaso “Needle Point” é um dos singles mais atractivos do presente álbum, há uma boa exploração rítmica, com quebras acentuadas no compasso que acabam por funcionar bem ao não se tornarem extremamente contrastivas. Ainda nas influências, “He Didn’t Know” merece ser referido, pelas proximidades face aos trabalhos dos Allah-Las.


Fora disso, e forma generalizada, Don’t Look At The Moon tem um vasto leque de influências, no entanto acaba por perder o interesse do ouvinte nas suas constantes reproduções. Os Plastic Man têm de arranjar novos pedais e usá-los em seu favor. Uma exploração mais afincada destes drones trazia certamente uma guitarra mais característica e uma sonoridade eventualmente mais própria. 


Tracklist: 
1) North Polar Land 
2) Blue And Black Dream 
3) Black Hole 
4) Needle Point 
5) Paroxetine 
6) Don’t Look At The Moon 
7) He Didn’t Know 
8) Rolling Machine 
9) Tom’s Tree 
10) Sun Is Going Mad 
11) Mike, The Center Of The World 
12) Play The Card

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