Reportagem: Entremuralhas 2015 [Castelo de Leiria] – 1º dia

Reportagem: Entremuralhas 2015 [Castelo de Leiria] – 1º dia

| Setembro 1, 2015 10:24 pm

Reportagem: Entremuralhas 2015 [Castelo de Leiria] – 1º dia

| Setembro 1, 2015 10:24 pm

Na passada quinta-feira, dia 27 de agosto Leiria viu-se pintada de negro por uma pequena multidão que subia até ao castelo para a celebração da sexta edição do festival Entremuralhas. Embora funcionando como dia de abertura, o concerto de apresentação do novo álbum dos Phantom Vision, a estreia da italiana Tying Tiffany em território nacional e a possibilidade certamente única de ver ao vivo e a cores Lene Lovich e banda apresentavam-se como motivos extremamente fortes para não deixar de marcar presença numa edição marcada exatamente pelos nomes de culto. A reportagem do que se passou no castelo de Leiria no primeiro dia, segue abaixo.

Phantom Vision


Com um atraso, no período de concertos, irrelevante, os portugueses Phantom Vision subiram ao Palco Corpo do Entremuralhas em apresentação de Ghosts, o seu mais recente e quinto trabalho longa duração editado no presente mês pela COP International. Numa entrada breve, os Phantom Vision ficarão certamente marcados por uma performance que surpreendeu os festivaleiros, assim que uma bailarina dançante começou a despir as primeiras peças de roupa que trazia no corpo. Depois de “In My Head”, “Human” e muitos assobios por parte do público à bailarina que ia roubando a atenção do público masculino (e em parte feminino, advirta-se), foi altura dos portugueses tocarem um cover de “Bird Song”, single original de Lene Lovich. Ainda em mote da apresentação de Ghosts, houve espaço para ouvir “Right City, Wrong Time”, “Millionaire” e “Telling Lies”. Uma abertura bastante razoável, mas horny. Mal sabia o público que o que estava para vir.

Tying Tiffany


“One Place” foi o tema escolhido pela italiana Tying Tiffany para marcar a sua estreia em território nacional. Em formato trio, Tying Tiffany e banda começaram por aquecer o público para aquele que seria um dos melhores concertos da sexta edição do festival gótico, eventualmente o melhor. De cabelo loiro, vestido curtinho e meias acima do joelho, Tying Tiffany continuaria a apresentar os temas de Drop com “Spin Around”, “One Second” e “A Lone Boy”, curiosamente a soarem todos melhor ao vivo que em estúdio. Apesar da voz de Tiffany se desvanecer facilmente por entre o instrumental, tal facto não impediu que “Boder Line” metesse a maioria do público a saltar e a cantar o refrão. A partir daqui o concerto passaria a ser marcado por uma multidão completamente eufórica. “Still In My Head” começava assim a encaminhar a performance para um fim. Tempo ainda para os seguranças expulsarem o “gajo doido do Entremuralhas” da zona dos fotógrafos. A finalizar “Show Me What You Got”, o grande êxito da fase mais punk de Tiffany. Acabou. O público pediu mais, mas Tiffany não voltou. Um concerto para ficar na memória e desfrutar enquanto a italiana não agenda novos concertos em Portugal.


Lene Lovich Band


Ainda se lembram de chorar num festival? Com 37 anos de carreira, Lili-Marlene Premilovich, acompanhada da banda (não original) subiram ao Palco Corpo do Entremuralhas para fechar, em grande, o dia de aquecimento de um festival que começa cada vez mais a entrar no coração do pessoal mais jovem. A aderência foi comprovada assim que os primeiros acordes de “Savages” foram tocando. A voz de Lene continua muito fiel mesmo após quase quatro décadas a cantar, e a sua figura, sempre icónica, não passou despercebida a nenhum visitante. Num concerto marcado pelos grandes êxitos como “Blue Hotel”, “Angels”, “Lucky Number”, “Bird Song”, “New Toy” e “Rocky Road”, ocorreu uma espécies de entretenimento perante o público, quando Lene pediu ao guitarrista para lhe ajeitar o microfone. A par de alguns problemas técnicos, e de não ter presenteado a multidão com “Maria” e “It’s You Only You”, Lene Lovich deu um bom concerto e viu os braços dos festivaleiros do Entremuralhas no ar a bater palmas ao finalizar de cada canção. Um momento muito bonito, e acima de tudo histórico.



Texto: Sónia Felizardo
Fotografia: Martinho Mota


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