Reportagem: Sensible Soccers [ZDB – Lisboa]

Reportagem: Sensible Soccers [ZDB – Lisboa]

| Março 17, 2016 1:05 pm

Reportagem: Sensible Soccers [ZDB – Lisboa]

| Março 17, 2016 1:05 pm
Daniel José  ©

No sábado que passou fui até à Galeria Zé dos Bois, assistir ao concerto dos enormes de Vila do Conde. Estou pois a falar dos Sensible Soccers, banda que editou recentemente o novo disco Villa Soledade, e que esgotou com bastante antecedência o Aquário da ZDB, a 11 e 12 de março, para mostrar o sucessor do tão aclamado 8 (2014).


As expectativas eram mais que altas, e posso afirmar por todos os que estiveram presentes na sala completamente cheia, não foram defraudadas. O trio composto por Manuel Justo, Filipe Azevedo e Hugo Gomes fez-se acompanhar por André Simão, o qual foi responsável pelos ritmos do baixo e da bateria digital.

A banda entrou em palco por volta das 22h10 e, sem demoras, deram início ao concerto com “Clausura”, música hipnótica e introspectiva, carregada de sintetizadores. Seguiu-se “Villa Soledade”, single que dá nome a este novo trabalho, levando a que o público se começasse a sentir mais solto, as pernas e as ancas a quererem mexer-se. “Bolissol” e “Nunca mais me esquece”continuaram com essa toada dançante, a primeira num tom mais vaporwave acompanhado pela guitarra de Filipe e a segunda a visitar terrenos mais africanos e gingões. Seguiram-se uns momentos de silêncio que levaram Manuel Justo a exclamar quase emocionado: “Estes momentos são do caralho”.


Daniel José ©
“Ulrike” trouxe-nos a primeira amostra de 8 (que saudades deste discão), mas foi com “Sofrendo Por Você” que o concerto atingiu o seu auge. Não havia ninguém no Aquário que não estivesse contagiado por esta malha que bem podia andar por aí nos bailes populares. “Shampoo” deu continuidade aos movimentos frenéticos do público, apresentando-se como uma séria candidata aos malhões de Villa Soledade. Foi com este tema que o conjunto de Vila do Conde abandonou o palco pela primeira vez.

O público não se ficou, queria muito mais, como é óbvio. Aliás, estávamos a ter uma das noites das nossas vidas. Foi então que a banda regressou ao palco para interpretar “Zaire 1974” do EP fornelos tapes vol.1 (2012) e a épica “AFG”, que coroou esta atuação como gloriosa. 
 Daniel José  ©

Villa Soledade mostra-se assim ao vivo como mais um excelente trabalho, explorando sonoridades e ritmos mais dançáveis. Há quem grite que eles são os maiores e nós concordamos plenamente. A banda responde: nem de perto nem de longe. A verdade é que saímos todos de barriga cheia da ZDB e que queremos vê-los mais vezes. Todas as semanas se for possível.



Texto: Rui Gameiro
Fotografia: Daniel José
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