Reportagem: White Fence + Alek Rein [Galeria Zé dos Bois – Lisboa]

Reportagem: White Fence + Alek Rein [Galeria Zé dos Bois – Lisboa]

| Junho 5, 2016 12:31 am

Reportagem: White Fence + Alek Rein [Galeria Zé dos Bois – Lisboa]

| Junho 5, 2016 12:31 am
© Luís Martins
No passado domingo, a Galeria Zé dos Bois teve o prazer de receber, em palco, um alinhamento composto por algumas das lendas do garage californiano actual. Essas lendas, por onde consta Charles Moothart, que integra bandas como os Fuzz, juntaram-se aqui para tocar com Tim Presley no seu projeto principal, White Fence. O clima era ameno e agradável, o Bairro Alto estava estranhamente quieto, devido a ser domingo, sendo a ZDB o maior foco das atenções nesta noite de primavera. À medida que as horas avançavam, cada vez eram mais as pessoas que chegavam para este evento da Beefeater, que teve a gentileza de oferecer uma mini-garrafinha do seu gin, tendo isto sido uma boa surpresa para os que já iam entrando na ZDB

Pouco depois das 22h, Alek Rein e a sua banda subiram ao palco do aquário para abrir esta noite, que já contava com lotação quase esgotada. Com uma sonoridade entre o folk e o garage, a banda lisboeta ofereceu aqui um bom concerto de abertura, onde os solos e as vocais de Alexandre Rendeiro dominaram por completo as reacções do público, que foram claramente positivas. 


© Luís Martins
© Vera Marmelo
© Luís Martins
Passado uns minutos depois do fim deste concerto, foi a altura de Tim Presley (a.k.a. White Fence), e a sua comitiva de luxo, subirem ao palco no aquário da ZDB, onde deram o seu segundo concerto em Portugal no espaço de um ano. Quem vai aos grandes concertos dos festivais de verão, e sabe aquela sensação de ‘sardinha enlatada’ no meio da multidão, pode imaginar como estava a ZDB por esta altura, completamente lotada, mas tudo num bom sentido, pois é sempre bom ter uma casa cheia para a festa. 
O ambiente no Bairro Alto tão depressa estava eléctrico, como calmo e hipnótico, os solos carregados de fuzz por Tim Presley faziam contraste com as suas músicas mais calmas, levando-nos numa viagem pelas várias emoções que este concerto provocava. Nos momentos mais enérgicos, o público dançava, saltava, fazia tudo o que lhes desse na cabeça para celebrar esta noite, mas nos momentos mais calmos, a ZDB enchia-se de uma serenidade hipnótica, e este público, que antes estava eufórico, agora fechava os olhos para aproveitar esta viagem proporcionada pelos White Fence.


© Vera Marmelo
© Vera Marmelo
© Luís Martins
© Luís Martins
O concerto todo consistiu num vasto repertório de músicas novas, a sair, talvez, num próximo disco da banda de Tim Presley. Este que agradeceu à ZDB por o ter tratado tão bem, e obviamente ao público por estar presente, tudo dito num tom carinhoso e atencioso pelo guitarrista californiano. Quando este concerto acabou, após um encore bem conseguido, as caras de satisfação iam saindo para um Bairro Alto completamente vazio, o que não é vulgar para quem costuma ir à ZDB num dia de semana, mas mesmo sendo domingo, não houve ninguém que foi para casa insatisfeito.

Texto: Tiago Farinha
Fotografia: Luís Martins e Vera Marmelo (cedidas pela Galeria Zé dos Bois)
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