Mogwai
Every Country’s Sun

| Setembro 19, 2017 3:40 pm

Every
Country’s Sun
// Rock Action Records // setembro de 2017
6.5/10

O pós-rock já teve melhores dias. Não tem havido muita
originalidade e inovação no género e este não é tão popular agora como já foi
noutros anos. No entanto, bandas como os Godspeed
You! Black Emperor
, os Sigur Rós
e os Mogwai continuam a lançar novos
discos e a receber bastante atenção. Os últimos lançaram este mês o seu
primeiro álbum de estúdio como quarteto, após a saída do guitarrista John
Cummings.

Não sabia muito bem o que esperar em relação a este disco,
pois conheço melhor a fase inicial da carreira dos Mogwai do que o trabalho mais recente da banda. A verdade é que o
som não é muito diferente daquele presente em lançamentos anteriores da banda.
Fez-me lembrar também os 65daysofstatic.

O álbum começa com “Coolverine”, que introduz um ambiente no
qual a música toda se baseia, continua com algumas variações e chega a um
crescendo. Tudo isto sem aumentar muito a intensidade, mantendo um som mais
leve que caracteriza várias das músicas do disco. Infelizmente, isto nem sempre
é bom, pois é uma das razões para várias delas servirem apenas como música de
fundo pouco interessante. Nenhum das músicas é muito memorável e não é difícil ficar
desinteressado em algumas delas. “Brain Sweeties” é uma das que menos captam a
atenção. “Crossing the Road Material” tem algumas boas melodias, mas em partes
é um conjunto de camadas de sons sobrepostos uns aos outros que se misturam de maneira pouco eficaz, sem nenhum se conseguir destacar. “Don’t Believe the Fife” é demasiado longa para o seu bem e
quando aumenta de intensidade já é demasiado tarde para ter algum impacto.






Em contrapartida, “20 Size” resulta. Tem como um dos seus
pontos fortes a linha de baixo, acompanhada pela guitarra, que me prendeu à
música. Não é esse, no entanto, o único instrumento que se realça na música,
que funciona bem na sua totalidade. “1000 Foot Face” também é um sucesso,
criando um ambiente calmo e agradável. “Battered At a Scramble” e
“Old Poisons”, quase no fim do disco, são as faixas mais pesadas e
intensas. São energéticas, têm uma sonoridade rock e distinguem-se do resto do
álbum, especialmente a primeira delas.

A verdade é que nenhuma destas melhores músicas consegue
atingir a qualidade de outras da banda e de outros artistas semelhantes, mas
são elas que mais contribuem para o álbum não se tornar aborrecido e se manter algo
interessante de uma ponta à outra. É um disco decente e a sua audição pode
valer a pena para os fãs do género, apesar de se sentir a falta de no mínimo
uma música marcante e memorável à qual vale a pena regressar várias vezes.


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