Reportagem: And So I Watch You From Afar + Paisiel [Hard Club, Porto]

Reportagem: And So I Watch You From Afar + Paisiel [Hard Club, Porto]

| Novembro 1, 2017 3:55 pm

Reportagem: And So I Watch You From Afar + Paisiel [Hard Club, Porto]

| Novembro 1, 2017 3:55 pm



Na noite que marcou o regresso dos irlandeses And So I Watch
You From Afar
a Portugal, os primeiros a serem ouvidos foram Paisiel, duo composto
pelo saxofonista alemão Julius Gabriel e pelo português João Pais Filipe,
baterista e percussionista. A banda deu um concerto curto, de aproximadamente
meia hora, no qual passaram tanto por músicas mais atmosféricas, como por outras
que chegavam a ter momentos (quase) dançáveis. Enquanto a percussão se mantinha
sem alterações durante longos períodos de tempo, o saxofone ficava com o
protagonismo, com as suas diversas melodias a captar a atenção. João Filipe
usou alguns dispositivos para alterar o som e criar efeitos que tornaram o
concerto mais interessante. Por vezes, certos sons da bateria sobrepuseram-se
demasiado ao saxofone, mas sem nunca prejudicar muito as músicas.



Paisiel


Ao som de “Tooth Moves”, de Clark, entraram em palco os And
So I Watch You From Afar
. O quarteto começou em grande, com “Search:Party:Animal”.
Os riffs das guitarras, o poder do baixo, tudo foi amplificado ao vivo e tenho
que admitir que fiquei impressionado com um início tão poderoso. De seguida
tocou-se “Like a Mouse”, uma das várias músicas com melodias vocais. Não acho
que encaixem sempre, mas no caso desta música resultam. Parte do público cantou em
conjunto com a banda e já se notava que o ambiente estava muito bom.


O concerto continuou com músicas como “BEAUTIFULUNIVERSEMASTERCHAMPION”
e “Dying Giants”, entre muitas outras. Algumas mais viradas para o math rock,
outras para o pós-rock, quase todas energéticas e contagiantes, nem todas
perfeitas. Não faltou energia dentro e fora do palco e a paixão de alguns fãs
era notável. Fiquei com a opinião de que, às vezes, se sentiu pequenas quebras
de qualidade no alinhamento ou havia demasiada repetição entre músicas, mas
nada que tenha criado um verdadeiro aborrecimento. Foi sempre interessante ver
estes músicos de qualidade tocar as suas músicas bem e energeticamente. Em “Set
Guitars To Kill” desceram a intensidade imenso, até tocarem extremamente baixo,
para depois voltarem a subir o volume.



And So I Watch You From Afar


Antes de se despedirem pela última vez, voltaram ao palco
para um encore. “Run
Home”, “Big Thinks Do Remarkable” e “The Voiceless” fecharam
o concerto.
Achei a última uma má e estranha escolha para terminá-lo,
pois é das músicas menos características da banda, tendo uma sonoridade
pós-rock mais típica. Isto não originou um final tão espetacular como poderia
ter havido com uma música mais explosiva, mas não me impediu de sair contente
do Hard Club.



Reportagem fotográfica completa aqui.

Texto: Rui Santos
Fotografia: David Madeira
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