Kirin J Callinan
Bravado

| Maio 23, 2018 9:28 pm
Bravado // EMI // junho de 2017
9.5/10



Setembro 2017:

Quem é Kirin J Callinan? Ah, é o gajo que fez a música que tem um tipo a berrar, cujo sample é um meme da internet.

Na verdade Kirin J Callinan é bastante mais e bem maior que “Big Enough”, o single que já conta com mais de 2.4M visualizações no YouTube, bastante próximo dos números do video de um senhor de 82 anos a cantar “Bodies” dos Drowning Pools (motivo de orgulho por parte de Kirin, que fez questão em reportar o feito na sua conta de Instagram). Kirin J Callinan é um génio que decidiu que o EDM se deveria fundir com o Pop e SynthPop para criar algo tão único como Bravado.

O australiano não é estreante no mundo da música e a sua influência/os seus contatos no mesmo são extensos e variadíssimos, como se pode observar no seu mockumentary Off The Record, que conta com a participação de Jack Black, Mac DeMarco, Mark Ronson, entre outros músicos com carreiras já bem estabelecidas.



Ousado e excêntrico com um estilo que “primeiro estranha-se mas depois entranha-se”, Bravado é dos poucos discos que tenho realmente vontade de ouvir vezes e vezes sem conta, e que a cada audição gosto ainda mais.

Voltando à viral “Big Enough”: para além do meme, este tema tem também a colaboração entre dois artistas que o deviam fazer mais vezes. Alex Cameron e Kirin J Callinan completam-se no seu humor, na sua inovação, em tudo… Bravado é um disco que faz pensar “isto faz lembrar Alex Cameron mas não sei porquê” e é em “Big Enough” que se percebe que, ainda que os seus estilos sejam muito diferentes, a sintonia criativa e humorística é perfeita. Outros temas que demonstram bem o enorme alcance vocal e humor deste artista são “S.A.D.”, que na verdade significa “Song About Drugs”, “Family Home” e “Living Each Day”.



Resumindo: não sei o que é Bravado, nunca irei perceber (ou tentar sequer) o que se passa na cabeça de Kirin J Callinan. Sei que é EDM, pop, synth-pop, trap… mas ao mesmo tempo consegue não ser nada disto.


P.S.: Kirin faz um disco com o Alex Cameron!

P.S.S: É recomendada a visualização da actuação de Kirin no TEDXSydney em que deixa a palheta cair dentro da guitarra, passa cerca de 3 minutos a tentar retira-la e vê-se obrigado a cantar “Bravado” à capella.

Março 2018:





Excerto da edição 7 do programa Já Ouvi Falar da Engenharia Rádio com João Fonseca, Tomás Carneiro e Francisco Lobo de Ávila. “Já Ouvi Falar #7 -Especial Melhores Discos de 2017


Maio 2018:

Ainda com dúvidas que Kirin é um artista completo? Em “Bravado” e “My Moment” temos a sua voz e alcance vocal à prova. “Friend Of Lindy Morrison” e “Big Enough” revelam o seu lado mais “teatral”. De forma a aproveitar tudo o que os temas deste disco têm a oferecer é altamente aconselhado o visionamento dos videoclips.




Passados quase 8 meses do inicio da review de “150/200 palavras” originalmente destinada a fazer parte da rubrica “Cinco Discos, Cinco Criticas” é, finalmente, hora de a publicar e aceitar que continuará sempre incompleta e que a qualquer nova audição irá ser escutado um ou outro pormenor completamente novo. São artistas como Kirin J Callinan que me fazem querer ouvir e continuar a descobrir música e que não deixam que esta se torne aborrecida ou derivativa. Aproveito também para apelar a ouvirem Donny Benét e Jack Ladder & The Dreamlanders (Donny e Kirin fazem parte dos Dreamlanders).

A música australiana lançada nestes últimos dois anos tem sido incrível! 
E continuo a querer um álbum colaborativo com o Alex Cameron!

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