Mucho Flow: 5 concertos a não perder

| Setembro 30, 2018 6:03 pm

Encontramo-nos a dias de mais uma edição do Mucho Flow, o evento que, anualmente, antevê as tendências que ditarão o futuro próximo da música. Na sua sexta edição, o evento organizado pela promotora vimaranense Revolve traz-nos mais um edição rica em estreias e novidades, com um certame de luxo que promete colocar a cidade de Guimarães no mapa da vanguarda. Realizado mais uma vez no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitetura (CAAA), no dia 6 de outubro, o Mucho Flow volta a oferecer uma pequena amostra da melhor música produzida nas esferas do experimentalismo contemporâneo, apostando nalgumas das suas forças mais vitais.
Em baixo, fiquem com cinco sugestões dos concertos que não podem perder nesta edição.
Sky H1
O percurso de Sky H1 é o de uma curta mas promissora carreira com muito por desvendar. Com apenas dois lançamentos de curta-duração no repertório, a produtora belga integra já o catálogo da Codes, uma subsidiária da germânica PAN por onde editou o mais recente EP, Motion. As suas produções de cunho ambiental, alicerçadas em elementos percussivos esparsos e composições vaporosas, conquistaram os ouvidos da indústria mais atenta, assim como um lugar em algumas das compilações mais emergentes do momento (mono no aware, Bala Comp, Vol.1). Desconstruindo as normas da música de dança, Sky H1 promete agitar as águas com um som que é tão cerebral quanto deliciosamente dançável.

GAIKA

Diretamente de Brixton chega-nos GAIKA. O MC britânico apresenta-se incansável desde 2015, ano em que editou a sua primeira mixtape de produções vaporosas e vozes fantasmagóricas que bebem tanto das raízes jamaicanas como das experiências vividas nos subúrbios londrinos. Spaghetto, EP editado em 2016, viu-o integrar o catálogo da  Warp, a mesma por onde editou o seu primeiro registo de longa-duração. Basic Volume, o nome do disco em questão, vê GAIKA atingir a sua total maturação, apresentando um conjunto coeso de canções politicamente conscientes de apelo à revolução. Do amor nutrido pelos ritmos caribenhos junta-se a poesia aguçada do grime e do hip hop, adornada por um universo alienígena e único de explorações electrónicas que fazem desta uma audição absolutamente imperativa. O reencontro com Portugal acontece dia 6.





Fire!

Os Fire! são Mats Gustafsson (saxofone), Johan Berthling (baixo) e Andreas Werliin (percussão), três músicos da cena exploratória escandinava que, quando juntos, reescrevem as regras do rock e do free jazz através de uma linguagem improvisada em constante mutação. Em 2010, juntaram-se a Jim O’Rourke para uma digressão, resultando dessa colaboração o disco de estreia Unreleased. Desde então, o supergrupo sueco colaborou com o músico e compositor australiano Oren Ambarchi, expandindo-se posteriormente para uma formação de 31 membros como Fire! Orchestra. The Hands, o mais recente álbum dos Fire! e um dos melhores registos do primeiro semestre de 2018, marca o regresso da formação como trio para um trabalho de portentosas explorações sónicas capazes de demolir as fronteiras que separam o rock das suas intersecções com os domínios do jazz. Depois da abrasiva performance efetuada na última edição do Serralves em Festa, Mats Gustafsson e companhia regressam mais uma vez a Portugal para um concerto imperdível, desta feita em Guimarães para mais uma edição do Mucho Flow.





Nídia

Nunca é demais falar de Nídia. A produtora sediada em Bordéus é uma das vozes sonantes da Príncipe, que ao longo da última década tem vindo a impulsionar alguma da produção mais desafiante da esfera da música de dança contemporânea. As suas performances eletrizantes, assim como a presença assídua em alguns dos clubes mais conceituados do mundo têm vindo a cimentar o percurso da produtora como uma das mais inovadoras figuras da electrónica mundialNidia é Má, Nídia é Fudida, o primeiro longa-duração lançado em 2017, assume-se como a sua obra mais recompensadora, uma onde o espírito libertador da noite lisboeta se materializa num equilíbrio perfeito entre a música do subúrbio e as raízes africanas de Nídia, do kuduro à tarraxinha, passando pela batida e o afro-house.





Black Midi

Dos Black Midi ainda pouco se conhece. O seu repertório está longe de ser extenso, por enquanto, com apenas um single disponível desde junho. No entanto, as suas performances ao vivo têm vindo a ser descritas como autênticos festins de explorações sónicas, um híbrido de difícil categorização que junta estruturas complexas e progressivas a lirismos de sarcasmo bem apurado. A presença em festivais consagrados como o Le Guess Who, assim como o apoio por parte de alguns dos meios de comunicação mais especializados (The Fader, NME), fazem deste enigmático quarteto um dos mais curiosos e promissores atos a surgir da sombra do Reino Unido. 

Os horários para o evento também já se encontram disponíveis:

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