Reportagem: Owen Pallett + Sean Nicholas Savage [Lux Frágil, Lisboa]

Reportagem: Owen Pallett + Sean Nicholas Savage [Lux Frágil, Lisboa]

| Maio 29, 2014 8:27 pm

Reportagem: Owen Pallett + Sean Nicholas Savage [Lux Frágil, Lisboa]

| Maio 29, 2014 8:27 pm


Fomos terça-feira, 27 de Maio, ao
Lux Frágil, em Lisboa, para assistir ao concerto de Owen Pallett e Sean Nicholas Savage! Por equívocos da vida e do trânsito, chegámos um bocado
atrasados e pouco vimos de Sean Nicholas Savage, cantautor e compositor canadiano
que este mês editou o seu nono álbum de estúdio “Bermuda Waterfall” pela
Arbutus records. Antes de ter sido anunciado como o artista que faria a primeira parte,
nunca dele tínhamos ouvido falar; por isso decidimos ouvir o seu novo trabalho antes
de vê-lo ao vivo. O artista apresenta uma sonoridade pop perto do R&B e
lo-fi, lembrando nomes como
How To Dress Well ou mesmo Blood Orange.
Infelizmente chegámos mesmo no fim e só vimos 2 músicas, mas a vontade de 
assistir a mais cá permaneceu para uma futura visita a Portugal.

Por volta das 22h45, já se podia
ver o próprio Owen Pallett em palco, a montar o seu equipamento, a afinar a voz
e a sua forte arma/“prolongamento corporal”, o seu violino. Owen Pallett,
artista canadiano também conhecido pelo nome de Final Fantasy antes de 2010,
compositor, violinista, teclista, basicamente um “homem-banda”, veio a Lisboa
apresentar o seu quarto álbum de estúdio “In Conflict”, curiosamente editado pela
Domino Records neste mesmo dia, contando com a colaboração de Brian Eno na sua
produção.

Em 2010 já o tínhamos visto no
meio daquela confusão que são os festivais na Avenida da Liberdade, no antigo
SuperBock em Stock. Na altura, o artista até interpretou o tema “Odessa” do seu
amigo Dan Snaith, que dá pelo nome de Caribou, no meio das suas canções de “Heartland”
e “A Swedish Love Story”. Assim que se soube que o artista tinha concerto
confirmado no Lux, marcou-se logo na agenda para desta vez ser possível ver um
concerto do início ao fim deste grande violinista da pop-art clássica.

Às 23h em ponto lá começou o concerto,
com uma casa bem composta mas não cheia. Owen, descalço em palco, para mexer
melhor nos pedais que lhe permitem criar o efeito loop, está acompanhado pelo baixista Matt Smith e pelo baterista
Robbie Gordon. Ouve-se “Midnight Directive”, “Scandal at the Park”, “Keep the
Dog Quiet” e “Mount Alpentine”, temas do anterior album “Heartland” editado em
2010 e do EP também do mesmo ano “A Swedish Love Story”. Depois deste 4 temas,
Owen dirige-se pela primeira vez ao público com uma simpatia de quem já conhecesse
bem o público e bem animado pois tinha acabado de lançar mais um novo álbum.



Os temas “[1]” e “Soldiers Rock”
são os primeiros  de “In Conflict” que se
ouvem, seguindo-se “Tryst With Mephistopheles”, a qual com a ajuda do baixo e
bateria se torna uma das melhores músicas tocada nesta noite.
Não podiam
faltar temas de Final Fantasy, como foi o exemplo de “This is the Dream of Will
& Regine”, música feita em homenagem aos seus amigos Arcade Fire e “Song
Song Song”, do tão aclamado “He Poos Clouds” de 2006. Também houve tempo para
uma cover de Tori Amos para o tema “Pretty Good Year”, um dos pontos altos da
noite, não tivesse sido 2014 também ele um pretty good year para o artista com
a nomeação para os Óscares da banda sonora do filme “Her”, composta com a ajuda
dos Arcade Fire.

A belíssima “The
Passion”, incluída no novo registo, foi o tema que se seguiu gelando o público
com um arrepio na espinha através da sua simplicidade mas ao mesmo tempo relembrando
o porquê de nos apaixonarmos pela obra deste artista.
Logo de seguida,
a melhor música do concerto para a redacção da SPH música, “The Great
Elsewhere”, tema de “Heartland”, deixando o público a seus pés com um grande
onda de aplausos e uivos.



Para interpretar
“Infernal Fantasy”, que faz lembrar Animal Collective, Owen pôs de lado o
violino e recorreu apenas ao sintetizador, muito presente neste novo álbum,
mostrando uma nova faceta mais electrónica. “The Riverberd”, um dos singles de
apresentação é um bom exemplo disso, deixando o público todo a mexer, sendo o
último tema que o artista interpretou antes de abandonar o palco pela primeira
vez.




Seguiu-se o
habitual encore, começando com um brinde de Champanhe ao seu novo álbum e aos
que marcavam presença nesta noite. O público pedia “Odessa”, tema de Caribou,
mas infelizmente Owen já não a tocava há cerca de 3 anos, pelo que deixou a
promessa no ar de que quando voltar ao nosso país a vai tocar 4 vezes. Houve
quem também pedisse o tema “Many Leaves”, do seu projecto Final Fantasy,
tentando entoá-la, ao que Owen respondeu em tom de piada “ah, não tocas essa do
lalala”.
Para finalizar o
concerto de 1h30, foi a vez de “Song for Five & Six”, single de
apresentação do novo trabalho conhecido pelo seu videoclip de bailado, e de
“Lewis Take Off His Shirt”, talvez o “êxito” mais conhecido da carreira do
compositor, coroando a grande performance do cantautor canadiano


Owen Pallett
satisfez e bem quem se deslocou ao Lux na noite de terça-feira. Mostrou que ao
vivo, com a ajuda da bateria e do baixo, os seus temas ganham uma maior energia
nunca comprometendo a qualidade atingida em estúdio. Apesar de alguns enganos
relativos aos pedais, o concerto foi extasiante e cativante, mais do que
competente, passou a voar e deixou-nos com vontade de o ver mais uma vez quando
nos quiser brindar com nova visita e quem sabe novo álbum.




Fica a dica,
“Odessa” é para a próxima!



 Texto e Fotografia de Rui Gameiro






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