Reportagem: 20º Super Bock Super Rock

Reportagem: 20º Super Bock Super Rock

| Julho 24, 2014 1:47 pm

Reportagem: 20º Super Bock Super Rock

| Julho 24, 2014 1:47 pm

A Threshold Magazine marcou presença na 20ª edição do Super Bock Super Rock, na Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco. Edição marcada por
alguns atrasos, especialmente no dia 18 em a chuva apareceu e foram adiados os
concertos de Sleigh Bells, Cat Power e Eddie Vedder.

Dia 17
Chegámos ao recinto e ainda se podia sentir bastante calor
por ali. Dirigimo-nos para o palco SBSR onde estavam a actuar os Vintage Trouble, banda de blues rock liderada pelo carismático e energético Ty Taylor,
que fez de tudo para que a sua actuação não passasse despercebida neste
festival. A banda americana deu um bom concerto para o pouco público que ainda
se apresentava em frente ao palco e que estava ansioso pelo grande dia que se
avizinhava.





No palco EDP, às 19h40 lá esperámos Erlend Øye, acompanhado
por dois músicos islandeses. Uma das metades dos Kings of Convenience tocou
alguns dos temas que farão parte do seu segundo álbum a solo a ser editado em
Outubro que dá pelo nome de “Legao”. Para terminar em grande, “La Prima Estate”,
tema gingão cantado em italiano, escrito devido à mudança do cantor para ilha
de Sicília.





Seguiram-se os Metronomy, banda britânica que adora
Portugal, não tivesse sido o nosso país um talismã importante na carreira
internacional da banda, pois foi no Porto que deram o primeiro concerto fora do
Reino Unido, em 2009. A banda percorreu os 4 álbuns já editados até ao momento,
sendo que os temas “The Bay”, “The Look”  e “Radio Ladio” levaram o público ao delírio.
Do último álbum editado este ano “Love Letters”, tocaram a faixa título, assim
como “I’m Aquarius”, “Reservoir”, “Month of Sundays”, “The Upsetter” e “Boy
Racers”, música que facilmente nos recorda os Kraftwerk.



Para acabar em grandes, os britânicos despediram com a
intensa e poderosa “You Could Easily Have Me”, do já velhinho “Pip Paine (Pay
the £5000 You Owe)”, de 2006.




Às 22h foi hora dos australianos Tame Impala entrarem em
palco para actuarem pela terceira vez no nosso país. Uma das bandas mais
aguardadas da noite deu um excelente concerto passando por temas dos 2 álbuns,
principalmente por música de Lonerism, de 2012. Faltaram temas como “Half Full Glass of Wine”
ou “Alter Ego”, mas de Innerspeaker tivemos “Solitude is Bliss”, “Why Won’t You
Make Up Your Mind?” e “It’s Not Meant To Be”.
Foi ao som de temas como Elephant”
ou a mais dreamy “Feels Like We Only Go Backwards” que o público mais vibrou.
Já está no hora da banda liderada por Kevin Parker dar um concerto em nome
próprio, pois uma hora sabe a muito pouco.




Os Massive Attack foram a banda que se seguiu, cabeças de
cartaz do primeiro dia, chamando bastante gente ao Meco. Os britânicos deram o
seu 15º concerto em Portugal, concerto esse que apresentou uma forte mensagem
política, focando-se no conflito israelito-palestiniano ou no domínio das empresas
multi-nacionais sobre o ser humano, apesar de pouco comunicativos. A produzir
do melhor trip-hop desde 1987, a banda de Bristol interpretou temas de
praticamente todos os discos editados até ao momento, focando-se principalmente
em “Heligoland”, último álbum editado pela banda em 2010. Foram temas como
“Angel”, “Teardrop” e “Unfinished Sympathy” que recolheram mais aplausos,
talvez por serem os mais conhecidos da longa carreira de quase 30 anos. A banda
fez-se acompanhar por Martina Topley- Bird e Horace Andy para interpretarem
alguns dos temas.






Ainda assistimos a metade do concerto de Noah Lennox  aka Panda Bear. Encontrava-se pouco público
em frente ao palco EDP, talvez pela dificuldade em digerir um som “estranho” ao
mais convencional. Isso não atrapalhou Noah, que se apresentou sozinho em palco
e nos apresentou temas hipnotizantes e experimentais, sem fim, que ecoam pelos
nossos ouvidos, sempre acompanhados por um trabalho visual psicadélico. Foi uma
boa trip para os fãs do artista dos Animal Collective e dos trabalhos a solo do
projecto Panda Bear, com álbum a caminho este ano.





Tendo passado por cá no passado, no Optimus Alive, e tendo
editado o primeiro álbum “Settle” em 2013, os Disclosure foram outra das
atrações da noite! Apesar de terem chegado cerca de 20 minutos atrasados e de
uma falha técnica que se prolongou por 5 minutos, os irmãos britânicos Guy e
Howard Lawrence terminaram a noite em grande com músicas como “White Noise”,
“When the Fire Starts to Burn” “Help Me Lose My Mind” e “Latch”, pondo o
público que ainda se encontrava na Herdade do Cabeço da Flauta a dançar
freneticamente.









Dia 18



Debaixo de alguma chuva, às 21h20 começou o concerto de
Legendary Tigerman aka Paulo Furtado. O artista português apresentou ao público
o seu mais recente “True”, acompanhado por um quarteto de cordas, por Filipe
Costa nas teclas, Paulo Segadães na bateria. Ouviram-se no palco SBSR os temas
mais conhecidos do último registo como “Do Come Home”, “Gone”, “Wild Beast” e
“Dance Craze”. Também houve tempo para “Naked Blues” do primeiro álbum do homem
tigre, editado em 2002 e para temas de “Femina”, editado em 2009, como “&
Then Came The Pain” e a música de Nancy Sinatra “These Boots Are Made for
Walking”, interpretada com a ajuda de 
Alex D’Alva Teixeira e Ana Claúdia Gonçalves.



O concerto terminou com “21st Century Rock N’ Roll”, música
de “True, que descreve palavra por palavra o que passou ali no palco SBSR
durante pouco mais de uma hora. Paulo Furtado nunca falha mesmo num dia em que
não era o que o público queria ver.







Por volta das 23h já não chovia e Yoann Lemoine já se
encontrava em palco com a sua “orquestra”. Estamos a falar do projecto do
francês que dá pelo nome de Woodkid. O artista marcou presença no último
Vodafone Mexefest, dando um bom concerto no Coliseu dos Recreios, e desta vez
tinha a difícil tarefa de animar um público que se lá encontrava
maioritariamente para ver Eddie Vedder. Apenas com um único álbum de estúdio
que data de 2013, “The Golden Age”, as músicas que mais entusiasmaram o público
foram “Run Boy Run”, “I Love You” e a faixa título do álbum. O artista francês
foi incansável e muito comunicativo, tendo cumprido totalmente a difícil missão
de abrir para Eddie Vedder.



Infelizmente a chuva estragou concertos que queríamos muito
ver, como foi o caso de Cat Power e Sleigh Bells e não pudemos ficar até tão tarde.


Dia 19



No último dia de festival chegamos bem cedo e dirigimo-nos
para o palco SBSR onde estavam a actuar Zé Pedro e amigos, no tributo a Lou Reed, grande personalidade do mundo da música que faleceu o ano passado em
Outubro. Em palco estiveram Paulo Franco para interpretar as músicas “Rock ‘n’
Roll”, “I’m Waiting for the Man” e “Vicious”, João Pedro Pais que deu voz ao
tema “I Love You, Suzanne”, Lena d’Água no tema “Sunday Morning”.
Paulo Furtado que tinha atuado no dia anterior no mesmo palco apareceu também
para cantar “Femme Fatale”. Também novos valores da música portuguesa estiveram
presentes como Tomás Wallestein, vocalista dos Capitão Fausto, a interpretar na
perfeição “Venus in Furs”, e Frankie Chavez para emprestar a sua voz e guitarra
para poderosa “White Light/White Heat”.



Os temas mais conhecidos do cantor ficaram para o fim. Foi
com a ajuda de Jorge Palma ao piano que se ouviu pelo recinto “Perfect Day”.
Para terminar em grande, todos os convidados subiram ao palco para cantar em
coro “Walk on the Wild Side”. Foi uma bonita homenagem num belo fim de tarde no
Meco.




Ainda demos uma volta pelo palco EDP e vimos uns minutos de
Big Church of Fire, colectivo portugues de blues rock.







Antes de nos dirigirmos para o palco SBSR para assistirmos à
actuação de Albert Hammond Jr., decidimos dar um pézinho no palco Antena 3.
Estavam a actuar Time for T, banda que venceu o concurso nacional de bandas da
rádio que dá nome ao palco onde actuam. Pouco conhecíamos deles, apenas que
eram uma banda liderada por um português que estuda em Inglaterra e constituída
por elementos de várias nacionalidades (Ingleses, Suíços e Espanhóis). Do pouco
que vimos ficámos com uma boa impressão e vontade de conhecer mais. A banda
mistura vários estilos indo do folk até quase ao reggae.







Lá nos dirigimos para o palco SBSR onde o guitarrista dos
The Strokes mostrava o seu valor a solo como vocalista. Com um EP editado o ano
passado na bagagem, “AHJ”, Albert apresentou nos vários temas com uma sonoridade
catchy mas que não convencem bem o público que ali se apresenta. Nem a nós que
aproveitámos para ir jantar para nos prepararmos para o que aí vinha.






Depois de uma boa sandes, regressamos a tempo do concerto
dos The Kills, banda composta pela selvagem Alison Mosshart, por Jamie Hince na
guitarra eléctrica e dois percussionistas. Já os tínhamos visto em 2012, quando
a banda passou pelo Optimus Alive, e não pudemos perder o novo concerto de uma
das bandas mais influentes do garage rock da ultima década. “U.R.A Fever” foi a
música que deu início ao concerto, seguindo-se “Future Starts Slow”, do álbum
“Blood Pressures de 2011. Este foi o álbum que mais se ouviu em todo o
concerto, tendo sido tocadas também músicas como “Baby Says”, talvez a mais
conhecida, “Heart is a Beating Drum” e “DNA”. A banda percorreu a sua
discografia terminando com o tema “Donkey 23” do primeiro álbum da banda “Keep
On Your Mean Side” de 2003. Foi um bom concerto cheio de electricidade como só
a guitarra de Jamie Hince e a voz feroz de Alisson sabem fazer.




Às 23h20 entraram no palco SBSR os britânicos Foals. A banda
que ainda em Outubro passado tinha actuado no Coliseu dos Recreios, foi recebida
por um público em êxtase. O concerto começou com “Prelude”, possante música da
abertura de “Holy Fire” de 2013. Estava aberto o marcador para os Foals que a
partir daqui começaram a cavalgada. “Holy Fire” foi o álbum mais tocado durante
o concerto,  com temas como a catchy “My
Numbers”, faixa mais rodada nas rádios, os singles “Late Night” e “Inhaler”,“Milk
& Black Spiders” e “Providence”, uma das músicas mais potentes do álbum, levando
Yannis Philippakis até ao público para fazer um pouco de crowdsurf!



Com o tema “Spanish Sahara” do álbum “Total Life Forever” de
2010, o público pode recuperar o folego para a dança que aí se adivinhava. O
concerto terminou com “Hummer” e “Two Steps Twice” do primeiro “Antidotes”,
deixando praticamente toda a gente a dançar e bem aquecida para os Kasabian.
Uma palavra para descrever este concerto: intensidade, principalmente em temas
corpulentos como “Inhaler” e “Providence”.







Pouco tivemos de esperar para ver os Kasabian a chegar ao
palco SBSR, com um gigante “48:13” no fundo, relembrando o quinto álbum de
estúdio dos britânicos editados este ano. A banda fechou o festival com o
estatuto de cabeça de cartaz, o qual lhe assentou que nem uma luva. Tom Meighan
(vocalista) e Sergio Pizzorno (guitarrista) conseguiram cativar a audiência desde
o início e transformar qualquer música numa dança frenética, incitando moshpits,
pelo que este concerto não teve pontos baixos, só altos



A primeira música do concerto foi “Bumblebee” do recente “48:13”
e resumiu o que passou na hora e meia seguinte, uma mistura de rock com
electrónica vibrante. Passando por temas de todos os álbuns, como “Shoot the Runner”, “Eez-eh”,
single de apresentação do novo trabalho, “Club Foot”, talvez o maior êxito da
banda, e “L.S.F (Lost Souls Forever)”, música que fez parte da banda sonora do
jogo FIFA 2004, foram os grandes destaques deste grande concerto. Houve também
tempo para uma cover do tema “Praise You” de Fatboy Slim.


Depois de “LSF” a banda saiu de palco, tendo voltado minutos
depois para um encore em que tocaram “Switcblade Smiles” de Velociraptor,
terminando com dois singles de West Ryder Pauper Lunatic Asylum, “Vlad the
Impaler” e “Fire”, a qual pôs a saltar quem ainda não tenho saltado nesse dia.

Kasabian deram um concerto digno de um estádio de futebol e
conquistaram o público português.



Fotografia e texto por Rui Gameiro

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