Sleep Party People em entrevista: “Adoraria tocar em Portugal”

Sleep Party People em entrevista: “Adoraria tocar em Portugal”

| Agosto 12, 2014 10:09 pm

Sleep Party People em entrevista: “Adoraria tocar em Portugal”

| Agosto 12, 2014 10:09 pm

Um dos projectos que começou a dar conteúdo à nossa revista foi Sleep Party People o projecto do multi-instrumentalista dinamarquês Brian Batz que junta o melhor do shoegaze ao dsom dos sintetizadores do dream pop.
Entre desejos de uma vinda a Portugal, amor às imagens e  filmes, e revelações de pormenores do seu último trabalho, Brian Batz tira a máscara a Floating.



TM – Em Floating mostraste o teu verdadeiro rosto deixando de parte não só a máscar bem como alguns efeitos vocais da característica “voz de coelho”. Isto ocorreu porque Sleep Party People deixou de ser um projecto a solo começando a funcionar como banda, ou existe outra razão?





BB – Por acaso ainda uso a máscara durante os concertos, mas sim, precisava de fazer algumas mudanças neste projecto. Precisava de pensar de forma diferente em relação ao som do álbum, o que de facto me fez alterar o “fx” e a marca vocal em muitas das musicas/faixas. Eu mudei, e isso é algo que me agrada bastante, também senti a necessidade de mostrar a minha cara nas fotografias. Eu quis que as pessoas se apercebessem que o projeto passou por algumas alterações, não só o seu lado visual é diferente mas também a musica. Mas o projecto Sleep Party People sou só eu e ainda sou eu que escrevo, produzo, misturo e toco tudo no álbum. Não é uma banda e duvido muito que algum dia o seja. Adoro trabalhar com outras pessoas como inspiração, como fiz em Floating. Foi um prazer trabalhar com o Mikael Johnston e com o Jeff Saltzman neste álbum.





TM – Sleep Party People apresenta-se como um projecto musical com um conceito intrínseco? Por outras palavras, há sempre aquela “desvalorização” do humano como é o caso de “I’m Not Human 


At All”, “Death Is The Future”, “A Dark God Heart” ou “Everything Has An End”?



BB – Talvez. Por acaso nunca tinha visto as coisas dessa maneira. (risos) Mas talvez!





TM – Neste novo álbum há uma maior abrangência de instrumentos, uma evolução bastante futurista face aos anteriores álbuns. Isto foi inicialmente pensado, devido à mudança de produção, ou só posteriormente, na fase de de gravação é que sofreu melhorias?





BB – Não, foi uma coisa que estava planeada desde o início. Queria que as músicas tivessem um som diferente e queria que tudo fosse analógico e orgânico. Embora seja eu a tocar todos os instrumentos, queria que soasse como se fosse uma banda a tocar junta num estúdio.






TM – Em Floating existem duas músicas que nos despertaram a atenção. “I See The Sun, Harold” e “I See The Moon”. Qual a razão da mudança apenas do nome comum “Sol” para “Lua”. É alguma metáfora?





BB – A letra de “I See The Moon” foi escrita pela Lisa Light enquanto eu estava em São Francisco, por isso não sei. Mas quando finalmente a música já estava produzida e misturada, eu precisava de uma interlude antes dela no álbum. Algo para para unir as duas músicas. Sou um enorme fã do Harold Budd desde que ouvi o álbum dele com os Cocteau Twins. Sinto que foi ele que me ensinou como fazer o meu piano soar estranho, e inspirou-me a escrever uma música numa só nota, só acrescentando melodias. E a nota é a mesma do que a da “I See The Moon”… por isso para mim fez todo o sentido chamá-la “I See The Sun, Harold”. Um tributo a um dos meus pianistas preferidos.






TM – Uma curiosidade sobre a cultura por trás de Sleep Party People. Pondo de parte a música, há algo que tenha influenciado a essência do projecto, como por exemplo filmes ou livros?





BB – Sim, inspiro-me muito de filmes e fotografias, desde pequeno. Infelizmente não tenho paciência para ler livros,o que é mau, porque gostaria de ler muito mais, mas ainda assim, sinto-­me abençoado por continuar a ser inspirado por filmes e imagens.






TM – Os teus trabalhos audiovisuais recentemente lançados têm envolvida uma grande estética, e de certa forma uma mensagem transmitida não só visualmente mas também musicalmente. Já pensaste em dedicares-te ao audiovisual, ou apenas pretendes continuar a produzir a tua própria música?





BB – Bem, fiz isto com uma ajuda enorme do Roby Dwi Antono, que fez a artwork do We Were Drifting On A Sad Song e do Floating. O trabalho dele é muito inspirativo e acho que sou o maior fã dele! Sem ele nunca teria a artwork que tenho. Acho que vou começar a preocupar-me só com a música e deixar o Roby tratar do visual. Não imagino mais ninguém a fazer isso.






TM – Já pensaste em visitar Portugal em função da tour de Floating?





BB – Adoraria tocar em Portugal. Sempre quis tocar aí, mas só será possível se me convidarem para um evento ou festival. Estou a fazer figas!






TM – Podes dizer-nos o que tens andado a ouvir nas últimas semanas?





BB – Comecei a ouvir o álbum da FKA Twigs ontem e é espetacular! A produção do álbum é qualquer coisa de outro mundo. Também tenho ouvido muito I Break Horses, Mac DeMarco, Damon Albarn, Wye Oak, Tomas Barfod e Shabazz Palaces.





TM – Muito obrigado pela entrevista.







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