Death Grips
Fashion Week

| Janeiro 6, 2015 12:21 am
Fashion Week // Self Released // Janeiro de 2015 
8.4/10

Os Death Grips, dupla controversa que teria dado o seu fim, supostamente, em Julho de 2014, parece estar de regresso não só pela edição da segunda metade do álbum duplo The Powers That B, mas também pelo inédito Fashion Week, o último álbum do duo, lançado como factor surpresa. Fashion Week marca o regresso dos Death Grips aos trabalhos de estúdio, e inicia-os a uma musicalidade mais facilmente mastigável para os não fãs mostrando igualmente uma fase instrumentalista aos conhecedores dos seus anteriores trabalhos. Em formato catorze canções, onde os nomes dos singles se repetem e têm em comum o início “Runway”, a dupla que junta o baterista Zach Hill ao produtor Andy Morin coloca-nos perante um ambiente mais chill out, ainda que numa produção bastante arrojada. Ideal para passar naquela noite cujo principal objectivo é dançar.

“Runway N”, no seu formato single número quatro da tracklist, pode ver-se como aquele que seria o excelente single de avanço. O que  acontece aqui, antes de se prosseguir para as anteriores “Runway J”, “Runway E” e novamente “Runway N”. A distorção constante ao longo do single, com amostras da electrónica daft punkiana da primeira década do séc.XXI, serve como introdução ao presente álbum. Ainda nesta introdução é possível denotar as reverberadas semelhanças de “Runway J” com o single “This Is Violence Now (Don’t Get Me Wrong)”, a prova de que os Death Grips são uma das melhores bandas da actualidade. Tudo através da fórmula que preserva na base a sua tradicional sonoridade, acrescentando-lhe apenas novos detalhes.

Apresentar cada single deste álbum acabaria por reduzir esta crítica a uma monotonia da viagem que Fashion Week nos provoca, talvez porque também o leitor acabaria por se perder na “trip” que resulta ao ouvir este trabalho na íntegra. Sem mais a acrescentar, é no fundo importante levar como trabalho de casa, a análise por detrás da cover art e a mensagem reproduzida instrumentalmente nas catorze faixas deste novo trabalho.

“JENNY DEATH WHEN” tem, em suma, uma mistura incrível de sonoridades, intrínsecas e extrínsecas, que lhe promovem o seu aspecto do “fruto proibido”. A verdade é que até ele própio acabou por se tornar isso mesmo, ao longo das suas audições constantes: o primeiro álbum de 2015 a levar o rótulo de “disco do ano”.
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