Cave Story
Spider Tracks EP

| Fevereiro 4, 2015 1:13 pm



Spider Tracks// Self Released // Fevereiro de 2015

6.8/10


Os Cave Story já não são totalmente novos na “cena” da música portuguesa, e se, palcos como os do Reverence Valada não ficaram por pisar, a banda atinge agora uma maior expansão através do lançamento físico de Spider Tracks, o EP de estreia disponibilizado previamente online. O presente EP, que sucede  assim as primeiras demos lançadas em 2013, é o resultado de uma exploração de diferentes técnicas de gravação em tempo distintos, e acima de tudo a amostra de uma evolução face às suas primeiras sonoridades. 

Em suma há uma mistura de punk, garage rock e uma influência dos anos 70 e 80. E essa mesma influência é facilmente encontrada na nota de abertura, em “Cleaner”. O garage-rock instalou-se e as novas bandas acabam por o usar como um trunfo na inovação. Se, embora apanhemos uns Cave Story mais alternativos no seu rock, em “Southern Hype”, onde as guitarras remetem facilmente aos primeiros trabalhos dos The Strokes – o que se verifica igualmente na introdução de “Buzzard Feed” – no mesmo single, é visível a dimensão dessa “onda garage”.
“Hair” é o ponto alto do EP. Os seus sete minutos de duração desnudam lentamente o som da guitarra e, no seu final, fazem-se acompanhar pelas notas de um piano solitário onde a distorção acaba por ganhar. É o som mais complexo neste curta duração e o mais interessante não só pela quebra rítmica sentida por volta do segundo minuto, mas também pela inteligente conjugação de todos os instrumentos.

Embora “Guess We Could Feel Better About Worse” reflicta que, de facto, o vasto conjunto de fórmulas  idealizadas pela banda caldense passa pelo processo de gravação, este mesmo single espelha, igualmente, uma banda que ainda se encontra insegura quanto a uma sonoridade característica. É difícil encontrar um fio condutor ao longo destas seis canções e embora funcionem muito bem por si só, juntas mostram que algumas arestas precisam de ser limadas. Talvez o segredo esteja numa voz menos reverberada e na introdução do mellotron que tão bem resultou em “Demos”. A ver o que a banda reservará para o futuro.
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