Screaming Females
Rose Mountain

| Fevereiro 27, 2015 9:01 pm
Rose Mountain // Don Giovanni Records // Fevereiro de 2015
6.9/10

Os americanos Screaming Females começaram a fazer história em 2006 aquando do lançamento de Baby Teeth, o seu primeiro trabalho de estúdio que começaria a denotar uma banda confiante do seu trabalho, nas vertentes do punk e do rock alternativo. Os ingredientes estavam na voz feminina de Marissa Paternoster e nas guitarras, a revisitar diferentes estilos, que a acompanham. “Jonah” é um malhão que juntamente com as restantes 9 canções traz um álbum de estreia memorável para os Screaming Females e uma delícia para um coleccionador de edições. Nos álbuns seguintes o trio americano manteve a mesma capacidade de produzir bons trabalhos, explorando diferente sonoridades, embora sem escapar à base que nos apresentaram através do primeiro trabalho de estúdio. 

Foi talvez com Power Move(2009) que os Screaming Females atingiram o auge da carreira e se afirmaram como banda. Um álbum onde a bateria se junta à voz gritada de Paternoster e resulta num punk dançável. Faixas como “Skull” e “Starving Dog”  são sempre boas de re-ouvir. Em Castle Talk (2010) há guitarras menos agressivas e um álbum mais surf rock, embora sempre com o habitual toque punk. A sonoridade dos Screaming Females via assim uma pequena mudança, posteriormente abandonada na maioria das canções de Ugly(2012). Rose Mountain é assim o sexto álbum na discografia do trio americano e mostra igualmente uma banda a evoluir a sua habitual sonoridade desta vez indo buscar alguns elementos do hard rock, essencialmente denotados ao nível da guitarra, por exemplo logo na faixa de abertura, “Criminal Image”. No geral há uma aposta bastante forte nos primeiros cinco anos do século XXI, as guitarras tanto soam semelhantes às dos primeiros álbuns de The Strokes (por volta dos dois minutos de “Wishing Well”) como viram grunge em “Empty Head” ou trazem novas experimentações sonoras, nos segundos finais da faixa homónima.


Rose Mountain retrata uma banda menos agressiva na sonoridade enquanto explora igualmente alguns pontos positivos de Power Move. “Triumph” e “Ripe” são as grandes malhas a retirar deste novo longa duração, o ritmo demarcado pela bateria continua a chamar pelas guitarras mais pesadas trazendo de volta aquilo a que os Screaming Females nos habituaram nos seus primeiros trabalhos. Rose Mountain peca essencialmente pela insistência dos americanos nas sonoridades do rock alternativo ao invés de repescar uma percussão mais notável ou uma voz mais gritada. Apesar do bom esforço há coisas que não resultam bem: a introdução que ocorre no primeiro minuto do homónimo “Rose Mountain” parece que foi criada de forma completamente aleatória e independente dos seus restantes três minutos. Músicas como “Hopeless” trazem um constraste agigantado quando comparadas a “Triumph” e “Ripe”, e o álbum, apesar de um bom esforço, acaba por se tornar desinteressante ao longo das suas sucessivas reproduções.



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