PINS
Wild Nights

| Junho 14, 2015 6:22 pm
Wild Nights // Bella Union // junho de 2015
5.7/10

As PINS, que viram o seu nome circular ativamente na imprensa musical no presente ano, após abertura dos concertos das Sleater-Kiney na tour pelo Reino Unido, formaram-se em 2011 sendo uma girl band, em formato quarteto. Em 2012 lançaram o primeiro registo, em formato EP, mas foi com Girls Like Us, editado em setembro de 2013, pela Bella Union que as PINS se estrearam nos discos e começaram a demonstrar alguma relevância no panorama musical. Agora, chegam até ao público através de Wild Nights, disco que conta com nova baterista na formação, e novas sonoridades: menos post-punk, menos de lo-fi e um aumento de riffs alegres, inspirados no psych e garage rock. “Too Litle Too Late”, o primeiro single avançado em abril, mostrava essa diferença, bem como o resultado da aposta numa das sonoridades que tem apelado mais fãs nos últimos tempos.


Em “Baby Bhangs”, pontapé de saída deste segundo trabalho de estúdio, as PINS apresentam um riff inicial  a relembrar os trabalhos das bandas atuais da Fuzz Club Records: um toque de 10 000 Russos, numa produção melhorada, com baixo e percussão igualmente similares. Wild Nights começa aqui a mostrar os seus primeiros pontos fracos e, avançado para “Dazed By You” ou “Molly” observam-se guitarras de Allah-Las, vocais com parecenças de Beach Coast, riffs californianos da casa de White Fence, mas PINS? Nem vê-las. À semelhança de “Baby Bhangs”, também “Too Litle Too Late”, e “Oh Lord”, parecem juntar uma mão cheia de nomes relevantes, nas suas influências, mas, não trazem nada que não se tenha ouvido já anteriormente. E até mesmo nas baladas mais folk, que poderiam eventualmente apresentar algo bastante interessante, nomeadamente “Got It Bad”, “If Only” e “Everyone Says”, o quarteto britânico parece, no entanto, não querer arriscar muito além. 


Não querendo, com o anteriormente opinado, levar o leitor a pensar que há singles maus em Wild Nights, há que compreender a diferença entre ser bom e ser relevante, e o trabalho das PINS, apesar de bom, não é relevante. Falta-lhe o post-punk que tinham mostrado na sua estreia, e falta-lhe ainda um traço característico que lhe teça uma identidade. Podendo resultar certamente em formato ao vivo, num Paredes de Coura (quem sabe?) Wild Nights, não surpreendeu, no seu todo, como um bom álbum. A solução? As PINS olharem para o seu trabalho de forma imparcial e encontrarem algo que as destinge e que se baseie na fórmula aplicada no álbum de estreia. A ver, num futuro.



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