Pinkshinyultrablast Everything Else Matters

| Julho 8, 2015 12:51 pm
Everything Else Matters //Club AC30// janeiro de 2015
7.4/10

Os Pinkshinyultrablast são um quinteto oriundo da Rússia que se estreou, em janeiro do presente ano, nos registos longa-duração através da edição de Everything Else Matters. O disco de estreia vem contracenar o shoegaze com o pop num cenário de aura instrumental bastante primaveril, resultando num revivalismo entre a primeira década do séc. XXI e a última do séc. XX. Os Pinkshinyultrablast surgiram pelo facto da banda ter percebido que as bandas locais de St. Petersburg soavam todas a um “indie” aborrecido, e, por quererem tocar algo “radicalmente diferente”. Everything Else Matters resulta assim num álbum repleto de melodias lúdicas e composições finamente trabalhadas.

“Whish We Were”, faixa de abertura do presente disco, vem trazer, na sua introdução, ritmos caracteristicamente japoneses, explorando ambientes de guitarras pesadas e ambientes de distorção pop. Em oito composições, os Pinkshinyultrablast conseguem proporcionar uma viagem no panorama musical independente dos últimos trinta anos, mostrando uma exploração bem conseguida na guitarra. A par dos sintetizadores, é na guitarra que os russos conseguem igualmente ir buscar elementos de variados géneros e conjugá-los, subtilmente, em cada faixa.

“Land’s Ebd” resume-se a um início bastante semelhante aos trabalhos do última longa-duração dos Motorama, panorama que muda após os dois primeiros minutos. Há math-rock, algumas influências de And So I Watch You From Afar, a aura pop cantada na voz feminina de Lyubov e ainda algumas marcas do movimento noise e post-rock mais pesado da atualidade. “Ravestar Supreme”, por sua vez, apresenta guitarras à DIIV, embebidas em sintetizadores e desnotadas por sobre uma distorção bastante mais suave que o comum, mas persistente. Em “Umi”, um dos singles avançados de Everything Else Matters, a banda mostra mais uma das poucas faixas que encontram semelhanças nos trabalhos da banda estadunidense. Em suma, podem ser encontradas também influências do dream pop, entre outros subgéneros num formato noise.


Apesar de ter chegado tarde às mãos, Everything Else Metters é um álbum que merece ser escutado com atenção. Os Pinkshinyultrablast mostram, no geral, uma sonoridade que apetece ouvir num ano em que o verão tarda em chegar. “Marigold” a melhor malha do álbum, fecha assim a estreia dos russos nas edições de longa duração, e, para além de os levar a comparações a My Bloody Valentine e Slowdive, conclui ainda um álbum bem conseguido para uma estreia. Um mimo para relaxar.
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