Reportagem: Craft Spells + Toulouse [Hard Club – Porto]

Reportagem: Craft Spells + Toulouse [Hard Club – Porto]

| Dezembro 7, 2015 5:30 pm

Reportagem: Craft Spells + Toulouse [Hard Club – Porto]

| Dezembro 7, 2015 5:30 pm
Na passada sexta-feira, 4 de dezembro de 2015, os norte-americanos Craft Spells aterraram pela primeira vez em território nacional para um concerto único que teve lugar no Hard Club com abertura dos vimaranenses Toulouse, em mais um evento cunhado pela Muzik Is My Oyster. Com início marcado e cumprido para as 22h00 a sala dois do Hard Club esperava assim, numa noite fria, uma sala bastante quente onde aproximadamente uma centena de pessoas se ia desinibindo numa noite com o dream pop a impôr território.

Toulouse


A entrar no palco a horas certas, os Toulouse apresentaram o primeiro concerto com nova formação e, em formato quarteto, abriram a noite numa introdução aos novos singles que estarão presentes no primeiro longa-duração de estúdio ainda sem data de lançamento divulgada. Numa setlist composta por oito canções, os Toulouse começaram a ouvir os primeiros aplausos, a sério, no já hit de carreira, “Tero!”, embora a bateria ainda soasse numa sonoridade muito seca. Mas estava aqui o ponto de partida para um concerto que sofreria uma evolução bastante positiva no geral. Após uma música, ainda com alguma contenção a nível instrumental, foi em “Betarie” que os Toulouse mostraram que o hype que tem vindo de encontro ao seu nome faz algum sentido. Em mais um single inédito a banda mostrou uma coordenação musical muito bem elaborada, enquanto o baixista gadelhudo apresentava, timidamente, mais algumas curiosidades sobre a banda, introduzindo igualmente um novo elemento na composição, o teclista/guitarrista cujo nome não apontei. Em suma, e numa despedida com “Ghyll”, o quarteto de Guimarães mostrou um concerto que deixou os espetadores bastante satisfeitos e com expectativas bastante altas face ao novo trabalho. É esperar para ouvir.



Craft Spells



A marcar a estreia em Portugal para o último concerto da atual tour europeia de Nausea, os norte-americanos Craft Spells mantiveram o alinhamento esperado da noite e abriram o palco por volta das 23h00. O quinteto abriu o concerto com o single “From The Morning Heat“, retirado da estreia Idle Labor, álbum datado de 2011. Já a preparar o público, pouco numeroso, o quinteto começou a apresentação do seu segundo trabalho de estúdio, Nausea, com “Komorebi”, “Twirl” e “Dwindle”, respetivamente. O público começava assim então a ficar menos inibido e lentamente começavam a dar os primeiros passos de dança, num concerto onde o surf-rock, dream pop e lo-fi marcavam os ritmos.





De volta a Idle LaborJustin Paul e companhia apresentavam agora os primeiros acordes de “Party Talk” que despertaram, automaticamente no público, um sorriso na cara e a coragem para responderem de volta aos apelos de conversa do vocalista baixinho de meias brancas. Mas o que iria surpreender, neste concerto de despedida de tour europeia, era uma espécie de “Craft Spells a tocar Smiths” e “The Fog Roses High” a servir como pano de fundo. A despedida estava a aproximar-se e sem rodeios, Justin anunciou que a banda iria tocar mais duas músicas apenas, e que depois era aquela fase do público aplaudir por um encore, mas que essa fase não ia acontecer e seriam ouvidas apenas mais duas canções.

Para a despedida ficou um dos grandes singles que os Craft Spells editaram nos últimos anos de carreira, “Scandinavian Crush“, que deixou todo o público presente a levar-se pelo ritmo da música e a dançar em aquecimento para “You Should Close The Door”. Um concerto extremamente bem conseguido e uma surpresa muito bem recebida por todos os presentes. A fechar, a promessa de Justin Paul e banda voltarem em breve a Portugal. Num NOS Primavera Sound? Talvez, sim, talvez não. 

A Muzik Is My Oyster provou mais uma vez a excelente qualidade dos concertos que tem organizado no último ano, e trouxe mais um dos concertos de 2015 a reservar com carinho na lista dos mais fofos do ano.





Texto: Sónia Felizardo
Fotografia: Martinho Mota

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