Reportagem: Capitão Fausto [Auditório Municipal do Pinhal Novo]

| Maio 7, 2016 6:37 pm

Esta sexta-feira que passou estivemos no Pinhal Novo para assistir à passagem dos já conhecidos Capitão Fausto. Chegámos por volta das 19 horas, assistimos ao soundcheck e estivemos ainda a conviver com a banda até à hora do jantar, hora pela qual fomos levantar as credenciais e tratar de aquecer para o concerto.

Credenciais levantadas começamos então o nosso aquecimento. Juntamo-nos a um grupo de jovens que se revelaram como ávidos conhecedores tanto da banda como de projectos para além da banda, como BISPO, Modernos, entre outros inseridos na discográfica Cuca Monga. À medida que as imperiais iam acabando, a noite ia descendo e o pátio do auditório enchendo. Podia-se esperar uma grande noite com boa música garantida.

Seguimos então também para o pátio do auditório e esperámos a abertura da porta que se deu minutos a seguir. Após isto, tivemos tempo de estar à conversa com Francisco Ferreira e Salvador Seabra, membros da banda, sempre com a habitual boa disposição, sentados a tentar fazer “o capitalismo rolar”, como mais tarde, durante o concerto, Francisco nos diz quando o vocalista da banda fala à plateia em relação ao novo disco e ao facto de não o terem trazido para vender.

O recinto abriu-se. Uma correria para conseguir os melhores lugares. Pela primeira vez ia ver Capitão Fausto de uma maneira totalmente diferente e que se revelou ser uma boa experiência. Esperámos então sentados na que seria “frontline” ao som de bandas como Growlers e Youth Lagoon e de cantores como Kurt Vile e Kate Bush. Sentia-se a ansiedade do público no ar, esperava-se fervorosamente a chegada dos 5 elementos e assim que as luzes se desligam que começou o espectáculo.



A banda entra, sorridente e entusiasmada e começa logo com a primeira faixa do novo álbum, “Morro na Praia”. O clima começa a aquecer, havia um coro muito organizado que era a plateia, a sala estava cheia e a banda fazia toda a gente mexer-se de forma irrequieta. O público acompanhava sempre o refrão, sentia-se cada guitarrada e cada momento em que Manuel Palha e Domingos Coimbra faziam os coros da música.

Surge então do nada “Litoral” e aí é a loucura total, até ao final do concerto foi sempre a subir, a nave estava a descolar após uma abordagem à população local. Após esta vêm os “Dias Contados”, a música em que o público fecha os olhos e apenas ouve a melodia do piano e do orgão nos seus ouvidos. No final desta, Domingos fala ao público dizendo que é a primeira vez na digressão em que tocam sentados, antes deste concerto já tinham tocado no Lux e na Casa da Música e o público conseguia estar quase em cima da banda, o que para a banda era um pouco sufocante. Diz ainda que sabe bem, apesar de tudo, tocar para um público sentado e agradece.


Continua o espectáculo que ainda estava no início. Segue-se “Santa Ana” e logo começa o público a acompanhar Tomás nesta já conhecida música do grupo. Somos uns entusiastas diz Tomás após o término da canção e é então que nos surpreendem com “Ideias”, música que não estava então no alinhamento inicial da banda. O auge do concerto é atingido quando é tocada “Flores Do Mal” e logo a seguir uma das famosas jams da banda. Estava tudo controlado pelos capitães.



Após esta, tocam “Semana em Semana”, uma das muitas músicas introspectivas deste álbum. Nesta altura também existe uma lição de como afinar guitarras com Tomás Wallenstein que mostrava os seus dotes na afinação. Vem “Amanhã Estou Melhor” ou como no público se ouvia “Jarder” e claro, de novo e como sempre houve acompanhamento dum público que nunca deixou de batalhar.

E foi mesmo essa a música, “Célebre Batalha de Formariz” que toca em seguida. O concerto já ia no fim mas a banda estava no seu máximo, viam-se casacos a ser tirados, suor nas camisolas, estava uma atmosfera quente presente no auditório. 

O concerto acaba com “Nunca faço nem Metade”. O público pede mais e Domingos é o único elemento a permanecer no palco, sempre muito simpático fala com o público e tenta convencer a banda a um encore. Consegue e é aí que tocam mais três grandes músicas, “Alvalade Chama Por Mim”, Maneiras Más” e “Verdade”. Assim acaba a nossa viagem a bordo da já grande nave dos que pareciam ter os dias contados, Capitão Fausto.

                                                           

Setlist:
Morro na Praia
Litoral
Dias Contados 
Santa Ana
Tem de Ser
Supernova 
Corazón
Mil e Quinze
Flores Do Mal
Ideias 
Semana em Semana
Amanhã Estou Melhor
Célebre Batalha de Formariz
Nunca Faço Nem Metade

——————Encore—————-
Alvalade Chama Por Mim
Maneiras Más 
Verdade
Fotografia: Carlota Pais
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