Lake Haze
Natural Insight Ep

| Junho 30, 2016 1:09 am



Natural Insight Ep // Creme Organization // fevereiro 2016
8.0/10


Gonçalo Salgado ou Lake Haze, como é conhecido, traz-nos mais um EP. Natural Insight Ep são 3 faixas produzidas pelo DJ lisboeta que costuma passar música em muitas das pistas de dança da capital, entre as quais o Lux Frágil ou o DAMAS.

Faz também parte da Golden Mist Records, uma editora que visa proteger e etiquetar a música electrónica produzida em Lisboa, quer ela seja mais underground ou não, com muitos outros produtores musicais nos quais se destacam RAP/RAP/RAP e também Blastah.

Nos últimos meses e ano que passou, comecei a ouvir o trabalho desta editora e de alguns destes produtores com mais atenção, um pouco por influência, um pouco por vontade própria pois era um mundo que assumia como desconhecido e posso dizer que hoje sou capaz de aconselhar muitos dos meus amigos a passarem os ouvidos quer seja por Lake Haze quer seja por outros nomes já mencionados.

Desta vez, coube à Creme Organization ser a editora deste EP que irei falar daqui em diante. Começamos com “Solar Flames”, uma música com uma batida constante, sempre ritmada, um trabalho de sampling exímio e excelente que faz o aquecimento na pista de dança e nos põe logo a mexer com apenas um minuto da música decorrido, onde entram tambores como se de batidas cardíacas se tratassem.

Em seguida temos “Unknown Locations”, talvez a melhor faixa deste EP. Uma autêntica obra frenética que me leva a recordar na minha cabeça as noites fora com os amigos, os afters bem passados e as pistas de dança com toda a gente a dançar ao som de algo que nos faz sentir bem, nos faz ter energia para continuar a noite que já vai longa. A faixa começa leve, devagar, mas rapidamente se transforma num turbilhão de sons de onde se retiram mais uma vez as batidas fortes com alguns toques ligeiros de sintetizador a ajudar à festa.



É um EP curto e isso é talvez o que me dá mais pena, três faixas consistentes, bem elaboradas, com influências no techno europeu, mais precisamente em algumas ramificações do underground alemão. Em alemão surge-nos também a última faixa, “Geisterbahnhofe”, mais calma, com uma melodia e uma percussão harmoniosas e desta retira-se o som do que poderão ser talvez órgãos, dando um tom mais delicado a quem ouve.

A música portuguesa passa também por aqui, pela música electrónica menos conhecida mas que merece reconhecimento. A Golden Mist Records é exemplo de quem quer mostrar isso e também são exemplos disso, por exemplo, a Príncipe Discos mas com electrónica a explorar sons mais africanos.

Portanto, damos por encerrada a noite e dizemos que vale a pena explorar novos géneros e porque não começando por aqui?
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