Reverence Valada: “Este país também é para velhos” – dia 10

| Agosto 30, 2016 5:37 pm

Depois da enchente de garage rock do primeiro dia do festival, e do diluvio psicadélico do segundo, chegamos ao terceiro dia onde Nick Allport vai ao seu armário buscar as armas secretas para acabar o festival em grande.

Como é habitual, o festival confirmou nomes de bandas icónicas que poucas vezes (ou nunca) meteram os pés em Portugal, é o caso de Sisters of Mercy, Killing Joke e The Damned.

Podemos contar ainda com Mécanosphère, colectivo liderado pelo francês Benjamin Brejon e pelo lendário vocalista da banda Mão Morta, Adolfo Luxúria Canibal.

Sem nunca esquecer as paisagens mais pesadas, este terceiro dia conta com With The Dead, uma das bandas mais recentes e interessentes de Doom Metal criada pelo vocalista Lee Dorrian (ex Napalm Death/Cathedral) e por Tim Bagshaw e Mark Greening (que actualmente não faz parte da banda) ex membros originais da banda inglesa de stoner doom Electric Wizard.


The Damned


Eu podia escrever aqui centenas de razões a tentar explicar o porque de ter escolhido os The Damned como um dos concertos a não perder, mas vou deixar aqui uma curiosidade para abrir o apetite: os The Damned são a banda preferida do falecido líder dos Motorhead, Lemmy Killmister. Se não confiarem na minha opinião confiem na opinião desta lenda.

Os The Damned foram das primeiras bandas punk a surgir no Reino Unido, a par dos Sex Pistols e dos The Clash. Eles contribuíram em grande parte para a disseminação deste estilo e na criação dos estilos de rock gótico e punk hardcore.

Com álbuns como Damned Damned Damned e Machine Gun Etiquette, provavelmente a comporem grande parte da setlist, devemos esperar destes homens um recital de como fazer um concerto punk.

With The Dead


Sem querer repetir o que já foi dito em cima, já devem ter percebido que esta é uma super banda composta por membros de bandas do caraças.

O seu álbum de estreia (que partilha nome com a banda) foi um dos álbuns mais fascinantes do circuito de Doom Metal não deixando ninguém indiferente e protagonizando inúmeras listas de melhores álbuns do ano, onde cada faixa é uma mastodôntica e épica entrada na sua discografia.

Um concerto que promete muito mais que música, promete uma experiência barulhenta.





Mars Red Sky


Os Mars Red Sky regressam a Valada depois de terem protagonizado na primeira edição do festival no dia de recepção ao campista.

Este regresso fica marcado pela apresentação do novo álbum da banda, Apex III ( Praise For The Burning Soul), lançado no inicio do ano em fevereiro. 

Um concerto que promete ser bastante interessante pela diversidade de estilos que a banda usa na sua musica que variam desde paisagens melódicas de space rock e do psicadélico clássico até a viagens mais obscuras pelo Doom Metal mais arrastado e pesado.







The Cult of Dom Keller


Estes britânicos são daquelas bandas fantásticas que descobrimos por acaso no Youtube, que nos apaixonamos completamente (experimentem dar uma visita rápida ao Spotify e ouçam a Swamp Heron) e que esperamos desmedidamente que sejam um dia confirmados num recinto perto de nossa casa para finalmente termos a experiência de os ouvir. Felizmente este não é o caso e a espera é mais curta do que parece. The Cult of Dom Keller foi confirmado para o terceiro dia do Reverence e podemos ouvir uma das bandas mais underrated do Underground Stoner.

A banda vem apresentar o seu novo álbum Broken Armo of God,que saiu dia 22 de julho.







Øresund Space Collective


Esta banda é mesmo daquelas bandas diferentes e estranhas que esperamos encontrar nas fileiras mais escondidas do cartaz do festival.

Øresund Space Collective começou por ser um projeto musical composto por diversos músicos de varias nacionalidades, que tinha como objectivo fazer jams livres de Space Rock sem qualquer limite. Isto abria espaço para uma criação mais abstracta e diferente do que os tradicionais e aborrecidos grupos estáveis tem para oferecer.

Depois da porrada física e psicológica que vamos enfrentar nestes três dias, este é sem duvida um bom concerto para abrandar o ritmo e perdermo-nos nos delírios espaciais e psicadélicos que estes conjunto de homens tem para nos oferecer.

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