Galgo
Pensar Faz Emagrecer

| Outubro 24, 2016 7:48 pm
Pensar Faz Emagrecer // BLITZ Records // setembro de 2016
7.9/10


Aproximadamente
um ano após o lançamento de um promissor EP, os Galgo apresentam Pensar Faz Emagrecer, o seu primeiro longa-duração. Neste disco
a maior parte das músicas são instrumentais. Por vezes a voz junta-se às
guitarras, teclados, baixo e bateria, mas é utilizada como um instrumento e não
rouba o protagonismo quando não deve. O som dos Galgo é difícil de definir, mas
vagueia pelo pós-rock e rock instrumental, talvez com algumas influências de
math rock e dance-punk.
O disco
começa com “Sabine”, uma música que introduz a sonoridade do álbum sem levá-la
a extremos. Algumas boas linhas de baixo, acentuações feitas pelas guitarras e
pela bateria no tempo certo e ritmos algo dançáveis são as principais
particularidades desta música.
A 2ª faixa,
“Tokutum”, tem momentos de maior intensidade no seu final e provavelmente
funciona muito bem ao vivo, mas em estúdio é “Skela” que finalmente nos leva a
outra dimensão. É, sem dúvida, a música que mais dá vontade de voltar a ouvir
uma e outra vez. As diferentes secções mudam de forma natural e fluída, as
guitarras misturam as suas frases e a bateria chama a atenção regularmente. Na
recta final entram as vozes, o baixo encaixa muito bem e é impossível ficar
quieto. “Lugia” acalma o ambiente e, infelizmente, não traz consigo nenhum
momento memorável. É uma boa música, mas passa um pouco despercebida por
suceder “Skela”. 



Segue-se “Balanço”, com a sua excelente secção inicial a ser substituída por
outra demasiado cedo. No entanto, isto é compensado pelos bons riffs e pelas guitarras
a gritar como se estivessem num crescendo de pós-rock que vão aparecendo nos
minutos seguintes. Um dos pontos altos do álbum.
Em “Pivot”,
interligadas com um baixo forte e uma bateria precisa, as guitarras vão flutuando
num crescendo que termina em grande. O uso de efeitos destaca-se pela positiva
e os vocais voltam por breves momentos, sem obstruir os instrumentos. Em “Goya”,
sente-se por vezes a falta de frases mais definidas que entrem melhor na cabeça,
mas os últimos dois minutos não desiludem. O teclado interliga-se com as guitarras,
a bateria dá tudo e Pensar Faz Emagrecer
tem o final de qualidade que merece.
Pensar faz
emagrecer, mas os movimentos causados pela audição deste álbum a altos volumes
também devem contribuir para a perda de peso. Se ouviram EP5, o disco de
estreia, esperem mais do mesmo: boas malhas com o som característico dos Galgo.
Se não ouviram, também estão bem servidos se decidirem começar por aqui a
conhecer uma das bandas alternativas portuguesas mais originais e promissoras.
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