OWUN
2.5

| Março 13, 2017 1:27 pm
2.5 // [reafførests] // fevereiro de 2017
8.5/10

Os OWUN apareceram em Grenoble, na França, no ano de 1992, tendo editado a sua primeira demo, “Petits Contes pour Enfants” em 1995. Um ano mais tarde, em 1996, lançam cá para fora o seu disco de estreia que introduz uma procura pela sonoridade base, conjugando assim elementos de noise, hardcore e new-wave. Inicialmente a formação dos OWUN integrava cinco elementos e, entre os concertos de promoção desta esreia, partilharam palco com bandas como Ulan Bator, Hint, Portobello Bones, Seven Hate, Tantrum, Cave, entre outros. Em 1998 lançam o segundo disco, Sillon, um álbum com sonoridades características dos anos 80 e muito reverb à mistura, e três anos mais tarde, em 2001, com “Ostensible?“, lançam o último álbum em formato quinteto, e uma aposta em géneros como o ambient/drone e a eletrónica.







Desde então, e até hoje, em formato trio, com Alexandre Turpin (voz, guitarra, teclados) Ludovic Turpin (baixo) e Cédric Corréard (bateria), tornaram-se num nome de referência underground no campo do noise-rock experimental, apresentando agora 2.5, o seu quinto disco de estúdio. Resultado de 25 anos de trabalho, composto por um total de nove canções e carregado de experimentalismos, 2.5 não é um disco apto a qualquer ouvido, mas é um disco muito bem feito e envolto numa aura criativa invejável. Os OWUN têm a particularidade de não se prender a um género específico, mas apresentar uma sonoridade muito particular e exclusivamente sua.


Singles como “frost”, com o início numa linha mais rock e à la Black Rebel Motorcycle Club, “all of us” e “post”, a fazer lembrar Spectres, evoluem consecutivamente para um ritmo muito noisy. Esta “baruheira” sonora, em repetição, acaba por não ser de todo muito carinhosa ao ouvinte. Por sua vez, temas como “foul” e “tom tombe” apresentam-se como facilmente assimiláveis. Se o primeiro traz uma tonolidade ambient lo-fi, com uma quebra para ritmos à Quelle Dead Gazelle, o segundo apresenta uma mistura entre Memória de Peixe e Jibóia com um aumento do noise ao avançar da música. “orange” também se pode incluir na lista destes últimos.


Apesar de se situarem ainda na sombra da visibilidade musical, os OWUN trazem em 2.5 um disco que é literalmente uma viagem aos imensos subgéneros dos rótulos clássicos e que enriquece a cultura musical de todos os que o ouvirem. O grande momento do disco acontece mesmo no final, com o single “raison” que vem trazer à memória um quê de Dead Can Dance, conjugado a um experimentalismo made in França. Situadas num campo avant-garde, as nove músicas que compõem este 2.5 espelham uma criatividade obtusa e mostram que os OWUN não merecem ficar na sombra dos media.







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