© Ana Carvalho dos Santos
No entanto, o certame da noite não se compunha apenas por uma banda, com os Cloakroom a apresentarem-se pela primeira vez no nosso país com a sua música de difícil categorização. A acrescentar a uma noite que por si só já gerava bastantes expectativas, foi anunciada ainda uma banda surpresa para a abertura dos concertos, e o fator surpresa não poderia ter corrido melhor já que, depois de alguns imprevistos que nos impossibilitaram de chegar a tempo do início da atuação, nos deparámos com um palco vazio ao som de guitarras ensurdecedoras acompanhadas de bateria e vozes pré-gravadas.
Tratavam-se, pois claro, dos Putan Club, dupla fervorosa e irreverente italo-francesa que se encontrava entre o público como já nos vieram a acostumar ao longo das suas várias passagens pelo nosso país. Do concerto, pouco foi possível retirar para além do seu discurso final acerca dos princípios que marcam os Putan Club, a sua ética e opinião em relação ao mundo e à indústria musical e ao seu ódio pela crítica.
Seguiram-se então os Cloakroom, trio natural do Indiana que
nos trouxe a sua música, que os próprios intitulam de “stoner emo”, uma
expressão algo jocosa mas que demonstra a tarefa complicada que é categorizar o
seu som num só género. Com uma sonoridade que vai desde o shoegaze ao músculo
do post-hardcore, ritmos que bebem do slowcore e uma lírica influenciada pelo
passado emo do vocalista Martin Doyle, ex-vocalista dos Grown Ups, os
Cloakroom subiram ao palco para o desconhecimento de muitos dos presentes que
aguardavam por Russian Circles, o claro destaque da noite.
Sem grandes falas e cerimónias, o trio americano iniciou o seu concerto ao som de “Paperweight”, tema de abertura do excelente Further Out, o disco de estreia editado pela Run For Covers e que recebeu grande atenção na sua performance, passando ainda por temas como “Moon Funeral”, e “Big World”, o mais recente single da banda lançado pela Relapse Records a quem se juntaram recentemente e que integrará o seu segundo longa duração.
O momento alto do concerto viria a ser uma bela rendição de “Farwell Transmission”, uma das canções mais conhecidas de Songs: Ohia, alter ego do malogrado Jason Molina, a quem a banda americana prestou uma bonita homenagem. Em pouco mais de quarenta minutos, os Cloakroom apresentaram-se de modo exemplar com uma performance respeitável que teria ganho ainda mais se tocada numa sala mais pequena.
Sem grandes falas e cerimónias, o trio americano iniciou o seu concerto ao som de “Paperweight”, tema de abertura do excelente Further Out, o disco de estreia editado pela Run For Covers e que recebeu grande atenção na sua performance, passando ainda por temas como “Moon Funeral”, e “Big World”, o mais recente single da banda lançado pela Relapse Records a quem se juntaram recentemente e que integrará o seu segundo longa duração.
O momento alto do concerto viria a ser uma bela rendição de “Farwell Transmission”, uma das canções mais conhecidas de Songs: Ohia, alter ego do malogrado Jason Molina, a quem a banda americana prestou uma bonita homenagem. Em pouco mais de quarenta minutos, os Cloakroom apresentaram-se de modo exemplar com uma performance respeitável que teria ganho ainda mais se tocada numa sala mais pequena.
Chegávamos, então, ao momento alto da noite, com os Russian Circes a subirem, por fim ao palco. Depois de várias passagens completamente
esgotadas no nosso país, e de marcarem presença no Amplifest de 2013, o trio de
post-rock instrumental subiu novamente à sala principal do Hard Club para
apresentar o mais recente disco Guidance. E foi com os dois primeiros temas de
Guidance que os Russian Circles iniciaram o concerto, com a calma de “Asa” a servir de
introdução para a colossal “Vorel” se seguir imediatamente, demonstrando toda a
sua imponência em palco para regozijo dos muitos fãs que os assistiam com
entusiasmo.
Com uma setlist a rondar um pouco de toda a sua discografia,
os momentos mais celebrados foram, sem dúvida, os temas pertencentes a
Memorial, com “Deficit” e “1777” a receberem grande ovação e aplausos, passando
ainda por “Mladeck”, mais um dos temas favoritos do público a fazer-se sentir
já no fim do concerto que encerrou com “Youngblood”, tocada já durante o encore
inevitável.
Apesar da sua sonoridade familiar e caraterística, os Russian
Circles demonstraram-se, mesmo assim, imponentes e em muito boa forma. O concerto rico em intensidade e riffs abrasivos reforçou o seu percurso como claras
figuras cruciais dentro do género, apresentando um concerto mais que seguro e
dentro do expectável que não terá desiludido, de todo, a sua fanbase,
encerrando assim mais uma noite que se fez triunfante.

Texto: Filipe Costa
Fotografia: Ana Carvalho dos Santos