Oiçam: Jungfrau

Oiçam: Jungfrau

| Janeiro 16, 2018 12:43 pm

Oiçam: Jungfrau

| Janeiro 16, 2018 12:43 pm

Os ingleses Jungfrau lançaram em outubro de 2017 um novo EP – Glass Neck – que não chegou a integrar a nossa lista dos melhores de 2017 mas que merece o devido reconhecimento. Aproveitamos para falar dele agora e aguçar o apetite dos simpatizantes de bandas como Big Brave, Wax Machine, Rats on Rafts, Eternal Tapestry, Acid Mothers Temple, USA Nails ou Flowers Must Die, para os quais a banda já abriu concertos.

Os Jungfrau foram buscar o seu nome à montanha com cerca de 4158 metros de altitude, situada nos Alpes, e desde 2012 que o têm vindo a usar como forma de reconhecimento pelo trabalho que editam. A primeira tape do quinteto formado por Hannah Grasskamp (voz), Luke Dunstan (guitarra), Matt Orchard (bateria), Matt McCartney (baixo) e Tim Cottrell – (teclados), surgiu no mercado em 2013 e apresentava quatro faixas que exploram uma espécie de stoner-rock sombrio com elementos experimentais, essencialmente ao nível da voz. Um exemplo disso é o single “Land ov thee Own” em que a voz de Hannah Grasskamp faz lembrar Lynette Cerezo (Bestial Mouths) por trás de uma sonoridade que traz à memória as brasileiras RAKTA.


Em 2015 o grupo lança o seu primeiro longa-duração, Nacht, que viria a repescar a faixa “Age Well” de Tape 1 (2013) e projetar a sonoridade do grupo para os campos mais doom metal de artistas Chelsea Wolfe. O belíssimo “Cardboard Girls” e a faixa “Pink Towers” são dois bons exemplos para explicar a anotação atrás descrita e a voz de Hannah Grasskamp é um furacão celestial no meio do caos, tal como Chelsea Wolfe. Também há músicas com tonalidades mais punk como “Red Wine Headslammer” e stoner como “Straight But Pale”, mas é sem dúvida na sombra no doom metal e rock experimental que os Jungfrau soam bem. 



Glass Neck, o mais recente EP, foi gravado em apenas um dia, no Soup Studio em Londres e reflete a beleza do seu nome, através de um baixo glacial, da percussão com acentos de neve e dos aumentos da guitarra, todos cobertos com sons etéreos e macios, com vocais que chicoteiam entre os picos e vales criados pelo resto do grupo. Glass Neck funciona da mesma maneira que as acentuações da montanha: começou numa mistura de contemplação e antecipação e, posteriormente, com os ensaios e triblulações da fadiga terminou na altidez até ao cume. O EP foi editado em outubro e pode ser ouvido na íntegra abaixo. Do disco destacam-se essencialmente as faixas “Tell Us To Be Good”, “I Lie All The Time” e “Jungflower”.





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