Os melhores álbuns de 2017

Os melhores álbuns de 2017

| Janeiro 8, 2018 10:40 pm

Os melhores álbuns de 2017

| Janeiro 8, 2018 10:40 pm

Todos os anos surgem no mercado milhares de discos de vários artistas ao redor de todo o mundo, o que significa que fazer listas é completamente baseado numa pequena amostra do que se ouviu num universo de discos que não se ouviram. Com 2018 mesmo no seu início, chegou o momento ideal para divulgarmos o nosso top de discos internacionais de 2017 que, como todas as outras listas de melhores álbuns, é enviezado pelos discos ouvidos pelos 11 redatores da Threshold. De um levantamento geral ficam abaixo os 25 mais votados.


25. LapaluxRuinism 


24. IdlesBrutalism 

23. Elder Reflections of a Floating World 


22. Blanck MassWorld Eater 



21. Vince StaplesBig Fish Theory 



20. Kendrick LamarDAMN 


19. Milo Who Told You To Think??!!?!?!?! 


18. Brand NewScience Fiction 


17. King Gizzard and the Lizard WizardMurder of the Universe 


16. BROCKHAMPTONSaturation III 


15. Fleet FoxesCrack-up


14. AmenraMass VI 

13. ProtomartyrRelatives in Descent



12. BibioPhantom Brickworks


11. GASNarkopop 



10. Kelly Lee OwensKelly Lee Owens 



9. Alex CameronForced Witness



8. ConvergeThe Dusk In Us 


7. LCD SoundsystemAmerican Dream 

6. Igorrr – Savage Sinusoid 










5. Mount EerieA Crow Looked at Me 


A Crow Looked at Me é o oitavo álbum de estúdio de Mount Eerie, projeto a solo de Phil Elverum (The Microphones), e retrata, quase em formato documental, a morte da sua mulher, Geneviève Castrée, em junho de 2016. Não é um álbum fácil de se ouvir, mesmo para aqueles que são fãs dos trabalhos anteriores do artista, tanta é a mágoa e o desespero sufocante em que Phil se encontra. Musicalmente bastante simples, apenas com simples acordes de guitarra e algumas incursões de piano, A Crow Looked at Me destaca-se pela sua lírica crua e autêntica. Não há metáforas na voz de Phil, apenas emoções literais e o verdadeiro significado da dor que é perder alguém tão querido. Composto para ele próprio, este álbum é o modo de Phil prestar o seu luto, a única maneira de dar sentido à sua perda. Músicas como “Real Death”, “Ravens” e “Swims” são as que mais se destacam. Ora vejam um comovente excerto da última mencionada: “Today our daughter asked me if mama swims/ I told her, “Yes, she does/ And that’s probably all she does now”. 





4. SlowdiveSlowdive 


Reunidos desde 2014, os Slowdive voltaram finalmente a brindar-nos com um novo disco, que sucede a Pygmalion, editado em 1995. Neste disco homónimo, os britânicos não esquecem o seu legado mas deixam também fortes indicações para o futuro, ao contrário de vários grupos da cena shoegaze que também se reuniram e editaram obras recentemente, como os Ride ou os Swervedriver. As composições do guitarrista Neil Halstead surgem ainda mais maduras, e a voz de Rachel Goswell e as guitarras etéreas continuam a ser capazes de nos envolver de forma calorosa. Destaca-se de igual forma a exímia produção, que é fundamental para que cada tema transmita a sua aura própria, como na mais acelerada “Go Get It” ou na soturna “Falling Ashes”. Uma espera que sem dúvida valeu a pena e que demonstra que o shoegaze não estagnou por completo, cimentando os Slowdive como um dos seus pilares. 






3. Varg Nordic Flora Series Pt.3: Gore-Tex City 


Podemos considerar Varg um caso à parte da esfera techno. O produtor de nome Jonas Rönnberg possui tanto de excêntrico como de visionário, percorrendo ao longo da sua promissora carreira um espectro variadíssimo de estilos que vai das ambiências mais atmosféricas de Ursviken ao minimalismo das faixas que compõem as suas Nordic Flora Series. É também um dos fundadores da entusiasmante Posh Isolation e um dos nomes charneira da Northern Electronics, por onde lançou Nordic Flora Series Pt. 3: Gore-Tex City. Ao terceiro volume da respetiva série, Varg consegue o disco mais completo da sua carreira ao conjugar um techno apurado e de atmosferas industriais com estratégias fora da caixa e ecléticas que nos surpreendem frequentemente ao longo das suas 13 faixas. Narrativas em spoken word (Chloe Wise), vocais downtempo com boas doses de auto-tune (por Anna Melina), experimentalismos industriais de Drew Mcdowell e Alessandro Cortini e ainda a inesperada colaboração com o conterrâneo e sensação cloud rap Yung Lean fizeram de Gore-Tex City um dos discos mais ambiciosos de 2017. 


2. Chelsea WolfeHiss Spun 


No sexto álbum da sempre consistente Chelsea Wolfe podemos constatar que esta continua onde Abyss ficou, sendo que nesta nova aventura musical deixou as suas influências industriais e eletrónicas mais de lado e deu até agora o mais forte abraço ao Doom Metal na sua discografia. Com convidados especiais como Aaron Turner dos Isis, o guitarrista dos Converge, Kurt Ballou e Troy Van Leeuwen, guitarrista dos Queens of the Stone Age e de A Perfect Circle, estes ajudaram Wolfe a juntar as suas influências góticas e folk numa parede sonora agressiva que consegue preservar a delicadeza emocional da voz da cantora. Músicas como “Spun” ou “16 Psyche” são exemplos perfeitos daquilo que a música desta mulher consegue alcançar, com letras exorcistas que tendem a enfrentar o passado complicado da cantora, tocando em temas sensíveis como o seu passado familiar ou antigos romances. Nestes 48 minutos, Chelsea Wolfe consegue através de grandes contrastes criar um dos álbuns mais fortes e emocionais do ano, provando que continua a ser uma das mais talentosas adições do mundo da música. 





1. Tyler the CreatorFlower Boy 


Resumamos isto nestes termos: Tyler the Creator tem feito por justificar o seu nome artístico. Desde o fim do seu conjunto, os marcantes Odd Future, que Tyler tem criado um burburinho ao seu redor, moldando o seu estilo irreverente desde que lançou Bastard há já quase dez anos, como aliás se nota na evolução em termos líricos e de produção. Munido de features como A$AP Rocky, Estelle e o seu camarada Frank Ocean, e rico em doses substanciais de experimentalismo com psicadélia, neo-soul e funk, Flower Boy mostra-nos um Tyler mais amadurecido, numa faceta mais fulgurante e ecléctica, abordando temas como solidão, depressão e amor, adotando até uma perspectiva mais íntima (incluído com referências à sua própria sexualidade) e apresentando uma experiência muito coesa e louvável do início ao fim.



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