Os melhores EP’s de 2017

Os melhores EP’s de 2017

| Janeiro 12, 2018 10:12 pm

Os melhores EP’s de 2017

| Janeiro 12, 2018 10:12 pm



Para finalizar as listas dos melhores de 2017 – mais um ano repleto em edições de luxo – apresentamos abaixo um resumo dos trabalhos curta-duração (EP’s) que mais se destacaram no passado ano para os redatores da Threshold Magazine. Com Kamasi Washington, Death Grips e Perturbator  a liderar o top, aqui fica a lista dos nossos EP’s preferidos de 2017.

16 – Orquesta XibalbáOnirófago




15 – Animal CollectiveMeeting of the Waters




14 – Kill Your BoyfriendUlrich [VOX 36 EP]




13 – Dedekind CutThe Expanding Domain




12 – YaejiEP2




11 – Schwefelgelb Dahinter das Gesicht




10 – Croatian Amor Finding People




9 – The GardenU Want the Scoop?




8 – Ben FrostThreshold of Faith




7 – ConvergeI Can Tell You About Pain




6 – Nine Inch NailsAdd Violence







5 – Carla Dal FornoThe Garden





The Garden vem dar sucessão a You Know What It’s Like (2016), o disco de estreia da australiana Carla Dal Forno, sendo composto por um total de quatro faixas que apresentam uma sonoridade sombria com vocais etéreos e de toada gótica. Com nome a prestar tributo ao single “The Garden” dos Einstürzende Neubauten, este novo EP volta a assinalar uma produção com assinatura da própria artista trazendo iminente a sua formação clássica nas melodias que pinta de negro. Esta técnica é observada logo com o tema de abertura “We Shouldn’t Have To Wait” que, de uma forma automática, é associado às composições de artistas como Darkher e Chelsea Wolfe nos primeiros trabalhos. Já em “Clusters”, numa abordagem mais synthpop/dreamwave, e “Make Up Talk” – em ambiente post-punk – são as batidas e os elementos adicionais que mostram que The Garden é uma excelente sucessão ao já muito bem recebido disco de estreia You Know What It’s Like. Uma viagem intrigante às paredes da darkwave.








4 – David Bowie No Plan 





É inegável a influência que David Bowie deixou no espectro musical, com a sua ambição musical que tanto implicou sonoridades excêntricas e luxuriosas (Hunky Dory, Ziggy Stardust) como ambientes mais atmosféricos e melancólicos (a trilogia de Berlin). Foi um artista que inspirou muitos, constantemente a desafiar as barreiras da música pop/rock como a conhecemos, e que deixou esta Terra pouco depois de lançar o seu último álbum BLACKSTAR★. No mesmo dia em que celebraria 70 anos, é lançado um registo em regime póstumo, No Plan EP, contendo as últimas gravações de Bowie que seguem a mesma linha de BLACKSTAR★: sonoridades jazzy, com uma aura sombria, como que a anteceder a fatalidade e a preparar o ouvinte para tal acontecimento. Fatídica, electrificante e apaixonante, é uma bonita coleção de b-sides de um dos mais icónicos músicos da história.




3 – PerturbatorNew Model





Perturbator, o projeto a solo do francês James Kent, regressou em 2017 aos trabalhos com o curta-duração New Model que veio dar sucessão ao muito aclamado The Uncanny Valley (2016) e que em termos sonoros lhe seguiu as pisadas, ao explorar os circuitos sombrios e deslizantes no cerne da vida moderna através dos seus sintetizadores retro-futuristas. O EP, lançado digitalmente em setembro e que chegou às lojas físicas em outubro, é composto por um total de seis faixas, funcionando como uma viagem distópica à medida que a percussão e as linhas de baixo vão sendo sobrepostas em ritmos e caminhos sonoros divergentes. É também em New Model EP que Perturbator mostra a sua ainda pouco explorada faceta industrial, afirmando o seu potencial como produtor. Prova disso são as faixas “Tactical Precision Disarray” – um dos temas que serviu de apresentação de New Model – e “Corrupted By Design”. A fechar em grande com o enorme malhão “God Complex”, New Model EP é uma das grandes edições curta-duração de 2017 e mais um trabalho marcante na discografia de Perturbator.


2 – Death GripsSteroids (Crouching Tiger Hidden Gabber Megamix)






É talvez uma constatação ambiciosa, mas nunca nenhum álbum se ficou tão bem pelo título – entre esteróides, referências a um dos mais icónicos filmes de artes marciais de sempre e um dos géneros musicais mais desligados do tecido da realidade-do-colarinho-branco, os Death Grips trazem este compêndio de noise/hip-hop/crueza humana numa dose para cavalos mutantes de 3 toneladas. Apesar de ter sido editado como um só tema, este “Megamix” – uma forma simpática de dizer pastiche de tudo-um-pouco – é uma lufada de ar fresco na forma de 7 temas-furacão de categoria 5. Enquanto artistas continuam a editar álbuns de “hip hop experimental”, os Death Grips preenchem a falta de álbuns que sejam verdadeiramente “experimentais” dentro de uma das subculturas mais marcantes da década. Apesar de conseguir enquadrar com facilidade alguns breves momentos calmos, o EP bebe muito da cena rave britânica por entre batidas de – pasme-se! – gabber até house demoníaco com umas paragens por drum’n’bass depois de um fim de semana de a pão, água e – como não podia deixar de ser – esteróides




1 – Kamasi WashingtonHarmony of Difference

Apenas dois anos após o lançamento do colossal The Epic, o saxofonista e compositor americano Kamasi Washington e restante companhia (novamente com a participação de Thundercat) voltam às edições com o EP Harmony of Difference, composto por peças escritas para uma exibição no Whitney Museum of American Art. Ao longo dos seus 32 minutos, Harmony of Difference aborda com sucesso vários estilos dentro do jazz com uma espiritualidade enorme, com a sua menor duração quando comparado com The Epic (com três discos e quase 3h de duração) a tornar a sua escuta bastante mais fácil de digerir. Destaque para a última faixa do EP e uma das melhores composições do ano, “Truth”, onde a inclusão do coro que também fez parte de The Epic e de vários momentos dos restantes temas, como a melodia de “Integrity” ou o riff de saxofone de “Desire”, levam a uma apoteose épica que fecha esta obra com chave de ouro, consolidando Kamasi Washington como um dos maiores nomes do jazz contemporâneo.






FacebookTwitter