Reportagem: Blacklisters + USA Nails [Hard Club, Porto]
Reportagem: Blacklisters + USA Nails [Hard Club, Porto]
Reportagem: Blacklisters + USA Nails [Hard Club, Porto]
No sábado (7 de abril), fomos até ao Hard Club, no Porto, para ver o último concerto da tour colaborativa dos Blacklisters e dos USA Nails em solo nacional. Dia de chuva, de Super Nova e de jogos de futebol e talvez por isso dia de uma casa menos cheia no Hard Club. Apesar da pouca aderência isso não inibiu os USA Nails – banda de no wave/noise-rock que inclui ex-membros de bandas como Oceansize, Future Of The Left e o guitarrista dos Silent Front – e os Blacklisters – banda de post-hardcore influenciada pela sonoridade de bandas como Shellac e DEVO – de darem dois bons concertos para os que marcaram presença.
O concerto dos USA Nails foi, em suma, a prova de que a sua pegada dentro da comunidade underground britânica é justificada. A sua música abrasiva, completamente contagiante, não deixa qualquer ouvinte indiferente e músicas como “They’d Name An Age” mostararam-se mais que autosuficientes para um concerto poderosíssimo. De fora ficaram “Retire” e “You’re A Stain”. O concerto teve fim pelas 22h43.
Uma vez que a banda está habituada a fazer espetáculos ao mesmo nível do público, o espaço em sala era tão grande e os espetadores (à exceção do grande Eduardo) ainda se mostravam bastante contidos, o vocalista Billy Wood saltou do palco para a zona do público para quebrar as barreiras entre banda e restantes elementos em sala. Depois de mais duas músicas Wood afirmou que aquela era a última noite da banda em Portugal e entre mais uma dúzia de palavras acabou por abraçar o grande Eduardo, elemento essencial do público que garantiu uns bons momentos aos restantes espetadores. Um dos pormenores que se tornou evidente neste espetáculo foi a performance do vocalista que, além de cantar com alma, foi marcada pelo seu quase enforcamento com o cabo do microfone e a arte de cantar até ao limite, até já não haver voz para ouvir.
O concerto dos Blacklisters foi muito poderoso e foi pena não ter tido uma quantidade suficiente de público para lhes fazer jus. Para além da performance já mencionada pôde-se ainda ouvir novos temas e ver o vocalista de costas para público a perguntar aos restantes elementos da banda “What are we going to do now?” ou até mesmo ouvi-lo ironicamente dizer que vendem apenas uma edição física por país e que o público estava a ser maravilhoso. A fechar com “Trickfuck”, foi tempo de ver Billy Wood a dar o microfone ao grande Eduardo para ele poder ter a oportunidade de cantar com a banda, naquela que poderá eventualmente terá sido a última passagem dos Blacklisters em território nacional. O concerto acabou por volta das 23h40.
Texto: Sónia Felizardo