A excentricidade musical dos EMU

| Março 17, 2019 2:57 pm

Os EMU são uma dupla sediada em Milão, na Itália, que se baseia no design de som para a criação das suas próprias melodias e projeções sonoras. Música excêntrica, espacial, imersiva e claramente desafiante do ponto de vista do ouvinte. A banda lançou o ano passado o seu primeiro disco longa-duração de estúdio, o homónimo EMU, um conjunto de onze canções com foco ora instrumental ou vocalizado, que incluem todo o processo desde a recolha dos sons base à construção dissonante e/ou sonante de melodias estranhas e muito fora da caixa.

O universo inventivo dos EMU é claramente notório assim que se começam a ouvir os primeiros temas do disco de estreia. “Global Warming” erradica os problemas cada vez mais notórios de um aumento da temperatura ambiente à escala global;  “Chernobyl Weekend” é um jogo de construção e desespero avant-garde; em “Rototom Contrabbasso” há um violoncelo e toda uma toada de música clássica a pintar as paisagens musicais de ambientes completamente dispersos; em “Strumenti Africani” há uma negatividade e um ambiente de suspense evidentemente expressos e no tema de encerramento; “Juice In B#” não dá para explicar bem o que acontece sem ouvirem por vocês.


EMU é, em suma, uma amálgama sonora completamente desafiante e muito difícil de compreender para um simples ouvinte que procura na música a sua forma de entretenimento. Para aqueles que compreendem a música como uma forma de expressão artística acima do seu efeito entertainer, EMU é um disco feito para as vossas entranhas.



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