Jacco Gardner em entrevista: “Tenho-me sentido mais próximo de mim mesmo, da audiência e do desconhecido”

Jacco Gardner em entrevista: “Tenho-me sentido mais próximo de mim mesmo, da audiência e do desconhecido”

| Março 16, 2019 7:33 pm

Jacco Gardner em entrevista: “Tenho-me sentido mais próximo de mim mesmo, da audiência e do desconhecido”

| Março 16, 2019 7:33 pm

O mago holandês Jacco Gardner vai marcar presença, pela segunda vez, no Festival açoriano Tremor, onde irá apresentar o seu novo álbum lançado no final de 2018, Somnium, mas antes esteve à conversa com a Threshold Magazine, onde explicou o que podemos esperar dos seus mais recentes espetáculos e ainda nos deixou a salivar com as perspetivas futuras do seu projeto de eletrónica tropical, Bruxas.

Já fizeste parte do cartaz do Tremor em 2017, guardas boas memórias deste festival?

Jacco Gardner (JG) – Guardo sim. Adorei explorar o habitat invulgar que é São Miguel, e melhor ainda foi compor música inspirada na ilha e para ela. Esta é a melhor combinação, adorava poder fazer isso o tempo todo!


Para as pessoas que já te viram há dois anos atrás, o que é que podem esperar de diferente neste novo concerto?

JG – Esse foi um dos primeiros concertos em que anunciámos um novo tipo de conceito que eu acabei por adotar para os meus concertos atuais, por isso vão ter bastante em comum de uma certa forma. Ambos vão ser principalmente instrumentais e focados na eletrónica. Apesar do primeiro concerto ter sido com bastante música ambiente e experimental e apontado para uma audiência que caminhava e passeava [pelo local]. Somnium vai ser experienciado num sistema quadrafónico surround, por isso também vai haver oportunidade de explorar o ambiente.

E o Jacco? Como foi o teu crescimento neste tempo?

JG – Não aconteceu muito, para ser sincero. Tenho tido oportunidade para analisar mais profundamente as coisas pelo qual descobri interesse nesse tempo. Também tive oportunidade para experimentar algumas ferramentas ao vivo incríveis e de executar as minhas paixões atuais o mais fielmente possível.

No ano passado lançaste Somnium, como tem sido a sua recepcão?

JG – [O Somnium] tem tipo muitas críticas fantásticas e tenho sentido muito amor e entusiasmo ao longo do tempo, o que é muito bom, uma vez que senti que era um risco seguir esta direção mais instrumental e eletrónica.

Como é que tem sido tocar este álbum ao vivo?

JG – Tem sido uma experiência muito bonita e inspiradora. Mais do que nunca, tenho me sentido mais próximo de mim mesmo, da audiência e do desconhecido e ainda acredito que há muito para explorar nas próximas experiências ao vivo. Estou muito feliz com a configuração atual do meu material, sendo quadrafónica, e com o público sentado à volta do palco, [os concertos] pareçam, não só mais íntimos, mas também mais naturais. Começámos recentemente, por isso ainda foram precisos acontecer alguns concertos para conseguirmos que um conceito ambicioso como este se tornasse o nosso padrão ao vivo.

Para além do teu trabalho a solo, também fundaste uma nova banda com Nic Mauskovic, Bruxas, desta vez com uns ritmos muito mais tropicais e solarengos. Este projeto ainda está ativo? Como está a correr?

JG – Tem corrido bastante bem e estou muito feliz por poder incluir clubes e festivais de música eletrónica aos sítios onde posso atuar. Isto significa um tipo diferente de energia e de audiência, algo que é bastante refrescante e excitante. Acabámos de gravar o nosso novo álbum há pouco tempo e agora está a ser misturado. Estamos bastante animados por trazer esta música para um novo tipo de performance ao vivo também.


Tanto tu como o Nic já atuaram no Tremor, contudo em ocasiões diferentes. Será que teremos a oportunidade de algum dia assistirmos aos dois a tocar juntos neste festival?

JG – Espero que sim! Eu sei que ele também adorou a experiência de ter estado lá, tal como eu. Era muito fixe se Bruxas pudessem estar na próxima edição assim que o álbum estrear.

Já tiveste oportunidade de espreitar o cartaz? Se sim, estás curioso para ver alguma atuação em especifico?

JG – Sim! Gostava de ver Bulimundo, Colin Stetson e Hailu Mergia.


O Tremor regressa a São Miguel, entre os dias 9 e 13 de Abril, para a sua sexta edição, voltando a apostar na criação de uma rota de actividades que, partindo da música, propõe a descoberta da natureza, das tradições e da comunidade local. Colin Stetson, Moon Duo, Pop Dell’Arte, Bulimundo, Haley Heynderickx, Grails, Lafawndah, Vive la Void, Hailu Mergia e ZA! são apenas alguns dos artistas que vão passar pela ilha açoriana. Para mais informações consultem o site do festival

Entrevista por: Hugo Geada
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