Brutus em entrevista: “Na Bélgica passámos de palcos pequenos (…) para salas lotadas”

Brutus em entrevista: “Na Bélgica passámos de palcos pequenos (…) para salas lotadas”

| Julho 17, 2019 1:20 am

Brutus em entrevista: “Na Bélgica passámos de palcos pequenos (…) para salas lotadas”

| Julho 17, 2019 1:20 am
Os powerhouses belgas Brutus são naturais de Leuven, e trazem consigo até ao Rodellus o segundo disco do trio, Nest, lançado em março último pela britânica Hassle Records. Enquanto possuidores de uma angústia vincada proferida num assalto sónico sem precedentes, surpreenderam a cena underground com o seu primeiro álbum Burst, de 2017, com a sua abordagem de hardcore temperada com uma veia mais emocional e melódica. A banda regressa a Portugal após passagem pelo Porto em 2017, atuando em Ruilhe, Braga, no dia 20 de julho.

A Threshold Magazine esteve à conversa com o trio belga sobre a sua discografia, as suas influências musicais, a cena underground onde estão inseridos, e muito mais. 
Threshold Magazine – Vocês têm causado algum burburinho desde o lançamento do vosso primeiro longa-duração, Burst. Sentem que causaram impacto na vossa cena musical local? Esse impacto estendeu-se para outros sítios?

Peter – Mmm. Essa é uma boa pergunta, mas é difícil responder por nós mesmos. Continuamos a trabalhar, tocar, fazer tours, passo a passo, mas não “medimos” o nosso impacto e é difícil julgar isso nós mesmos. Uma coisa é certa: como fazemos tantas tours, não podemos visitar muitos concertos e conhecer as bandas locais. Sobre Brutus – verdade é que na Bélgica passámos de palcos pequenos, de 50 a 100 pessoas, para salas lotadas com 750 pessoas, isso é uma loucura! E agora vamos ver se isso também acontecerá fora da Bélgica.

TM – Sobre o vosso novo registo Nest, o processo de composição e gravação mudou em relação ao álbum anterior? Algum evento em específico influenciou a concepção deste álbum?

Stijn – Sim, definitivamente. Com o nosso primeiro álbum, podíamos “escolher” as nossas músicas favoritas desde que a banda começou, depois adicionamos algumas músicas novas e gravámo-las. Isso foi o caso de BURST. Mas com o nosso segundo álbum, começámos a escrita do zero. Isso significa que as músicas lidam com um determinado período de tempo e uma sensação que estava bem presente no momento da escrita. 

TM – Os vocais e a bateria da Stefanie [Mannaerts] são certamente um dos pontos maiores da vossa música. Perguntando à Stefanie, sentes que a tua contribuição ajuda a distinguir-vos do resto das bandas dentro da vossa cena?

Stefanie – É difícil para nós dizer ou julgar. Não é a nossa intenção destacarmo-nos ou ser diferente de outras bandas. É assim que funciona para nós e como começámos a banda.

TM – Em termos de influências musicais, que bandas acham que tiveram mais impacto no vosso som?

Peter – É totalmente diferente para nós os três. Enquanto a Stefanie se dedica mais ao pós-metal, como Cult of Luna e Russian Circles, e também gosta muito de eletrónica mais dark, Stijn é mais country e cantautores. E eu gosto de todos os tipos de música, desde que a melodia e a energia me atinjam. Eu acho que a mistura de todas essas bandas e géneros em cada um dos nossos headphones constrói a matriz de Brutus. No começo, quando começamos a escrever juntos, estávamos à procura de confrontos no nosso gosto musical, mas agora começamos à procura de semelhanças.





TM – Como é que chegaram a acordo com a Hassle Records? São fãs dos outros artistas da editora?

Stijn – Hassle acreditou em nós desde a primeira demo que enviámos, e isso é uma sensação muito fixe. Algumas pessoas do outro lado do mar gostam do que fazemos e querem trabalhar para nós e investir na nossa música? É de loucos. Nós tivemos o mesmo com a Sargent House. E é claro que gostamos de todas as bandas das nossas editoras, é como se fossem uma grande família.

TM – Há algum novo valor dentro do underground belga que queiram destacar? 

Stefanie – Eu não sei se eles ainda são underground, mas bandas como Stake (ex-Steak Number Eight) e Raketkanon definitivamente deveriam estar no vosso radar! Além disso, bandas como Whispering Sons, The Guru Guru, Sunflower e Slow Crush estão a dar cabo de tudo! 

TM – Que registos deste ano vos impressionaram até agora?

Peter – Bem, eu gosto muito do novo álbum dos PUP. E Fontaines D.C… E é claro, as novas músicas de Russian Circles e Chelsea Wolfe parecem ser realmente promissoras! E como a Stefanie disse, o novo álbum de Stake (lançado pela Hassle Records no outono) será louco. O novo de Raketkanon (III) também está muito louco! Procurem por eles.

TM – Acerca da vinda a Portugal, o que sabem sobre o país? Já tinham passado por cá? Em termos musicais, há alguma banda oriunda de Portugal que conheçam?

Peter – Para ser honesto, a única banda portuguesa que conheço é Easyway, uma banda de punk rock de 2004-2006? E fizemos um show de aquecimento para o NOS Primavera Sound no Porto em 2017, no Maus Hábitos. Estivemos apenas 24 horas na cidade, mas conseguimos dar um belo passeio! A vibração no clube e a caminhada foram ótimos! Esperamos ver mais disso na próxima semana!

TM – Como se sentem a tocar a vossa música num cenário campestre como o Rodellus? Existe alguma banda do line-up que estejam curiosos para ver?

Stijn – Estamos prontos para ser surpreendidos, até breve!

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