Quatro artistas a descobrir no Vodafone Paredes de Coura

| Julho 21, 2019 1:34 pm

O Vodafone Paredes de Coura regressa para mais uma edição entre
os dias 14 a 17 de agosto. O festival apresenta gigantes que dispensam
apresentações como New Order, Patti Smith, The National e Spiritualized, mas também
uma série de nomes menos conhecidos que prometem marcar o panorama da música
alternativa. Para os quatro dias de festival destacamos quatro artistas que têm
provado o seu talento em lançamentos recentes e que vão conquistar novos fãs em
Paredes de Coura.
Originários do Congo, os KOKOKO! não descartam os ritmos
mais tradicionais do seu país, mas utilizam-nos apenas como base para uma
sonoridade original e diversa. Servindo-se de sintetizadores, guitarras e
instrumentos de percussão feitos em casa a partir de lixo encontrado na rua,
criam músicas dançáveis e energéticas com elementos de dance-punk e electro. Lançaram
o seu primeiro álbum, Fongola, pela Transgressive (editora de artistas como
Alvvays, SOPHIE, Flume e Foals) e já estiveram em digressões por todo o mundo,
passando em Portugal no NOS Alive 2018. Têm dado que falar e são uma das
apostas mais peculiares, mas seguras, do primeiro dia do Paredes de Coura. Não
há como resistir a canções como “Likolo” e “Buka Dansa”, portanto preparem-se
para dançar.


Os Khruangbin estreiam-se em Portugal no segundo dia do
festival, a 15 de agosto. O trio americano nasceu em Burton, uma pequena
localidade do Texas, mas as suas influências espalham-se pelo globo inteiro. Durante
a criação de The Universe Smiles Upon You (2015) foram inspirados pela música
tailandesa dos anos 60 e 70, enquanto que em Con Todo el Mundo (2018) as
referências alargaram-se para o funk e soul do Mediterrâneo e do Médio Oriente.
Técnicas e escalas presentes nestas fontes de inspiração são reunidas em músicas
calmas, psicadélicas e exóticas, maioritariamente instrumentais. São a banda
sonora ideal para um fim de tarde calorento passado na relva e vão dar um
concerto a não perder.


Uma banda em rápida ascensão, mesmo antes do lançamento do
seu álbum de estreia, os Black Midi voltam a Portugal com um dos discos de rock
mais empolgantes de 2019. Formados em 2017, após os seus integrantes se
conhecerem na BRIT School for Performing Arts and Technology, não perderam
tempo e já lançaram um EP com Damo Suzuki, dos Can, e impressionaram a internet
com uma sessão ao vivo na KEXP. As suas músicas contêm momentos de caos
controlado, ritmos complexos e vocais excêntricos e teatrais. Podem ser
comparados a Swans, Battles, Devo e outros nomes do rock e punk mais
alternativo, mas têm uma sonoridade própria. Dominam os seus instrumentos com
talento e compõem faixas imprevisíveis, juntando ideias variadas num caldeirão
de experimentação que apraz os ouvidos mais exigentes. Sobem ao palco no dia
15, no que será um dos concertos mais explosivos e barulhentos do Paredes de
Coura
.


Kamaal Williams, também conhecido por Henry Wu, estará de
regresso ao nosso país no último dia do festival. O teclista britânico traz na
bagagem dois álbuns de jazz fusion e jazz-funk, um deles em colaboração com o
baterista Yussef Dayes. No mais recente LP, The Return (2018), a banda que o
acompanha não é a de anteriormente, mas a sonoridade aponta para a mesma
direção e o talento de Kamaal Williams sobressai novamente. O músico tocava
bateria em jovem, antes de se mudar para o teclado, e nota-se que essas bases
não ficaram esquecidas. O seu modo de tocar baseia-se muitas vezes em ritmos repetitivos
que servem de acompanhamento para solos improvisados por outros membros do
grupo. Em 2017 os BADBADNOTGOOD deram um concerto memorável no anfiteatro
natural mais frequentado do norte do país; esperemos que o regresso do jazz ao
recinto do Paredes de Coura seja igualmente delicioso.

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