The Psychedelic Furs no Lisboa Ao Vivo (LAV) – Memória psicadélica de uma adolescência feliz

The Psychedelic Furs no Lisboa Ao Vivo (LAV) – Memória psicadélica de uma adolescência feliz

| Outubro 19, 2019 11:36 am

The Psychedelic Furs no Lisboa Ao Vivo (LAV) – Memória psicadélica de uma adolescência feliz

| Outubro 19, 2019 11:36 am



Chegada cedo ao LAV, deparo-me logo à entrada com um assinalável público já em fila para assistir ao concerto dos The Psychedelic Furs, banda de hinos/músicas que já cá anda desde 1980 e que nos levou a sair de casa a todos nesta quarta-feira, mesmo com a já anunciada previsão de descida de temperatura e claro, a migrar atenções para esta sala à beira do Tejo. Em Lisboa são mais do que suficientes os presentes para receber a banda dos irmãos Richard e Tim Butler, dispostos (esperávamos nós) a entregar um menu mainstream, denso e fascinante, com uma setlist que já se adivinhava incluir de “Pretty In Pink” a “Sister Europe”, assim como as canções essenciais, para não sair desiludida.


O vermelho dos focos, numa dança consonante com a intro que anunciou o início do concerto, sublimou de forma solene a entrada dos sete em palco. E entraram, entraram com muito estilo: Richard Butler (voz), Tim Butler (baixo), Rich Good (guitarra), Mars Williams (saxofone), Amanda Kramer (teclados) e Paul Garisto (bateria), com energia e pompa, a sorrir e logo a abrir com “Dumb Waiters”, com os teclados e a guitarra em surdina… e explodiram daí para a frente, levando-nos pela memória psicadélica de uma adolescência feliz. À terceira canção soltam o “Love My Way” e soltaram-se os cantores que, da plateia a plenos pulmões gritaram – “hahuuu”, “hahuuu” – quase uivo, a fazer sentir tão bem a música que brotava felicidade do palco e que se espraiou pelo LAV até à porta.

Os gestos e o sorriso de Richard Butler no “Sister Europe”, com as mãos a deslizar pela sua própria silhueta, a fazer lembrar uma dança sensual numa linguagem teatral descritiva da letra desta canção acompanhada do saxofone, que gritou e bem as notas, trazendo mais uma merecida grande ovação. Seguiu-se “Heaven” – em oração, Richard Butler prosseguiu de mãos cruzadas junto ao coração, acompanhado de um coro que soltou uma vez mais as vozes da plateia. Com a sala cheia, pouco espaço para dançar, um imenso abanar de cabeças que, de forma afirmativa e gestual como que a dizer sim, acompanhou numa extrema interacção os The Psychadelic Furs, sem parar do princípio até ao fim do concerto. 

São excelentes performers. Regressaram para o encore, com Mars Williams (ainda) a limpar o suor da cara com uma toalha preta, segurando com outra mão o saxofone, Richard Butler agora de boina, a boina de Amanda Kramer, entregou-a à teclista e recompostos, a postos, muito suados cantaram “India“, última canção da noite. Foi com o mesmo sorriso do início que terminaram o concerto, com a sala ao rubro. Houve acenos e beijos pelo ar, apertos de mão para quem estava mais chegado ao palco. Foi assim, muito bom este regresso dos Psychedelic Furs a Portugal. São excelentes performers, grande concerto.


Texto: Lucinda Sebastião
Fotografia: Virgílio Santos
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