Stand Up, Clap Your Hands and Dance: Nouvelle Vague na Aula Magna

Stand Up, Clap Your Hands and Dance: Nouvelle Vague na Aula Magna

| Janeiro 4, 2020 8:16 pm

Stand Up, Clap Your Hands and Dance: Nouvelle Vague na Aula Magna

| Janeiro 4, 2020 8:16 pm
A emblemática sala na Alameda das Universidades – Aula Magna –  encheu-se para receber o 15º Aniversário dos Nouvelle Vague, em dezembro de 2019.

O projecto francês criado por Marc Collin (teclas) e Olivier Libaux (guitarras), através da tradicional chanson française, da lounge music dos cafés parisienses e da tropical bossa nova, reinventou um novo caminho com um destino já premeditado, a geração dos eighties. Ouvir temas oriundos do post-punk, do punk, do neo-romântico, da new wave fazem as delícias de todos nós. Entre o bater o pé, o sorrir, o recordar tempos de uma adolescência louca é de facto sentirmo-nos ainda jovens e, neste caso, os culpados são os Nouvelle Vague.

O cocktail musical é sem dúvida embriagante, basta ver os temas escolhidos e pensar neles à época. Não é para todos, mas a verdade é que a fórmula funciona, sendo difícil resistir-lhe. A “ordem” é para saltar das doutorais e dançar, dançar até ao amanhecer. Esta fórmula é uma das várias com que o mercado musical nos presenteou. Muitos destes temas têm também as suas versões em formato jazz, metal, cordas e até em versão lullaby. É o marketing a funcionar em todo o seu esplendor. As duas “francesinhas” que dão voz aos temas, Phoebe Killdeer e Melanie Pain, são de facto charmosas e fizeram-me lembrar as “Michelles” da “resistência francesa” da série da TV Allô Allô. A sensualidade e o sotaque cativam-nos.

Foi engraçado ouvir a plateia a cantar “Too Drunk to Fuck” (Dead Kennedys), como se de uma terapia coletiva se tratasse; ver as cantoras a descalçarem-se e a pedirem ao público “Dance With Me” (Lords Of The New Church); ver e ouvir o minimalismo de “Enola Gay” (OMD) apenas com projetores de luz verde focados no duo; e a performance zombieland de “Bela Lugosi’s Dead” do rei Peter Murphy.



Por fim, o apagar das luzes da ribalta com “In A Manner Of Speaking” dos Tuxedomoon, em formato trio, para a apoteose final.


Texto, Fotografia e Vídeo: Virgílio Santos
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