Vivarium Festival regressa ao Porto no final de março

| Fevereiro 27, 2020 9:54 am
Dando continuidade ao trabalho iniciado em 2017, o Vivarium Festival regressa ao Porto entre os dias 26 e 28 de março. Com um programa que cruza as áreas da música, performance, dança, artes visuais e pensamento, o evento volta a refletir sobre o impacto tecnológico nas artes e nas nossas vidas. Serão três dias de intensa programação que se estenderão à cidade: Passos Manuel, Armazém 22, Reitoria da Universidade do Porto, para além da casa-mãe, o Maus Hábitos. Em 2020, o festival ambiciona abrir um debate a partir da famosa frase de Rimbaud “Je est un autre”. Quer explorar aquilo que, pela auto-percepção da coisa viva, a diferencia do raciocínio das inteligências artificiais, com suas implicações no campo da estética e da ética. Esta exploração tomará corpo em exposições, performances, concertos e com a conferência “Je est un autre, instintos e instituições na era da tecnologia”.

No eixo do pensamento, o Vivarium organizará, assim, uma conferência de filosofia sob o tema “Je est un autre, Instintos e instituições na era da tecnologia”, que contará com as participações de Laurent Goldring, Ana Falcato, Ernesto Costa, Leonel Moura, Alexandre Oliveira e moderação de Sofia Miguens. A mesma terá lugar no sábado, dia 28 de março, pelas 14h00 na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto. 

Na música será possível assistir ao espectáculo especial dos Telectu, aqui desafiados a interpretar Belzebu & Off Off (1983-1984), o concerto dos Osso Vaidoso, projecto liderado por Ana Deus e Alexandre Soares; a compositora e multi-instrumentista Kelly Moran (na foto), o compositor de música electrónica Franck Vigroux, o produtor Lil Data e a estreia nacional da rapper americana Yatta.

Nas artes visuais, o Vivarium vai inaugurar exposições do americano Mark America, que no Porto vai apresentar uma selecção de vídeos onde explora as possibilidades do cruzamento, remistura de media, som, imagem e palavra, da identidade do autor e da sua obra; do francês Laurent Goldring, com um trabalho fotográfico e videográfico que tem como objecto a desconstrução do antropomorfismo; e Tiago Rorke, em parceria com MILL – Makers in Little Lisbon, apresenta PALAVRAS/CRUZADAS – uma composição visual generativa, interativa e colaborativa, baseada no jogo de mesmo nome, desenhado por uma plotter, enquanto os participantes enviam novas pistas ou resolvem as existentes. A destacar ainda a instalação Não tens cara de pau! do artista madeirense Marco Fagundes, a ter lugar no sábado pelas 21h30 nos Maus Hábitos.

A performance que, este ano, terá como palco principal o Armazém 22, contará com as apresentações de Youtopia, de Gustavo Monteiro (sábado, dia 28 março, 21h00), uma apresentação que questiona e desconstrói os ideais da originalidade aberta e sarcasticamente imitando (ou plagiando) as imagens de antepassados artísticos e da cultura de massas no Youtube. Na sexta, dia 27, também pelas 21h00, será estreada a performance The Perception Of, um diálogo entre a dança de Eva Klimackova, as imagens de Laurent Goldring e a poesia de Gherasim Luca. Sentir, mover, entender, dizer de repente tornam-se operações para descobrir a infinidade de estranheza de um ser vivo que resiste a qualquer classificação. 

A programação completa-se com o clubbing, este ano integrando um ciclo de curadorias entregues a festas de coletivos regulares do Maus Hábitos, e mais uma edição do E—X—S—I Encontro Expressões entre o Som e a Imagem, que propõe uma reflexão sobre a articulação entre a prática e a investigação contemporânea nos diversos domínios do som e da imagem.

Mais informações sobre este evento podem ser encontrados no site do festival.

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