A estreia dos Blokowisko é uma amostra do ecletismo polaco

| Dezembro 15, 2020 10:36 pm
A estreia dos Blokowisko é uma amostra do ecletismo polaco


Rotular a sonoridade dos Blokowisko é uma tarefa de certo modo hercúlea. Apesar do seu som circular usualmente entre as correntes estéticas dos anos 80, há uma aposta fervorosa nos sons mais contemporâneos da eletrónica, com forte predominância de ondas minimais, misturas de elementos dub e krautrock, ritmos badalados e caixas de ritmo a beber influências do post-punk das tradições soviéticas e ocidentais. Depois de terem iniciado percurso em 2018 com o EP homónimo BlokowiskoMaciej Jurga (Opus Elefantum, Vysoke Celo) e Cezary Zieliński (Opus Elefantum) retomaram ação este ano com “Zaraza” – um tema completamente alheado do registo anterior – e, mais recentemente com o novo Płonie, aqui no posto de escuta.

Num disco que descrevem como concetual, os Blokowisko explicam que Płonie retrata uma viagem multinível de um sujeito lírico, perdido no espaço temporal, com uma série de memórias desordenadas e sentimentos passados. Nesse espectro Płonie caracteriza-se como um disco de atmosferas negras que explora a sensação de desamparo e irrelevância, ao estar-se perdido no abismo de uma grande metrópole. Na estreia em longa-duração a dupla polaca expande as abordagens sonoras inicialmente trabalhadas para cenários de música ambient – que no álbum se mostram com vigor em temas “Ulica” ou “Płonie” –, ou mesmo post-industrial – como se pode experienciar em “Zgiełk (feat. julek ploski)” –, cunhando a sua dimensão eclética de narração inusitada. Mais um pedaço do underground polaco para se consumir na íntegra abaixo.


Płonie foi editado oficialmente no passado dia 26 de novembro em formato CD e digital pelo selo Requiem Records. Podem comprar a vossa cópia aqui.

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