Louis Philippe juntou-se aos The Night Mail no disco ‘”Thunderclouds”

| Janeiro 10, 2021 7:55 pm

© Josh Holland

Louis Philipe é um artista francês que se assume como um dos nomes mais importantes do pop barroco e de câmara. A viver em londres há 34 anos, Louis Philipe passou boa parte da vida a fazer o que queria – produzir, escrever, arranjar, tocar e cantar em incontáveis discos de outros músicos, seja como produtor e compositor da lendária editora él Records de Mike Alway, ou como colaborador de The High Llamas, Towa Tei, Martin Newell, Big Big Train, entre outros. Além da sua atividade ligada à cultura, Louis Philipe é também um dos escritores e jornalistas de futebol mais famosos e eruditos da Europa (sob o seu nome de nascimento, Philippe Auclair). 

Desde 2007 que Louis Philippe não presenteava os fãs com registos em nome próprio e, como recompensa destes anos de ausência, o artista lançou dois discos em 2020. The Devil Laughs foi o primeiro a sair e contou com a colaboração de Stuart Moxham (Young Marble Giant), com quem Philippe já havia trabalhado anteriormente no disco The Huddle House (2007). A este registo seguiu-se Thunderclouds, disco em que Louis Philippe se juntou a The Night Mail, trio formado pelo músico e jornalista Robert Rotifer na guitarra (ex-Acid Jazz e Weller), o DJ, produtor e enciclopédia ambulante de pop Andy Lewis no baixo e Ian Button na bateria (Papernut Cambridge, ex-membro de Thrashing Doves e Death in Vegas). 


A ideia de gravar um disco com os The Night Mail surgiu em 2017, na festa de do aniversário dos 15 anos da Tapete Records no Lexington, Londres, quando ambos tocaram juntos: “Quando toquei com The Night Mail (…) soube imediatamente que poderia gravar um disco com eles (…) porque eram bons e rápidos”. Ironicamente, passaram-se três anos até que o álbum finalmente ganhasse vida. Philippe e Rotifer são amigos íntimos há muitos anos e, mais recentemente, a sua experiência compartilhada como espectadores democraticamente marginalizados da agitação em torno da saída do Reino Unido da UE aproximou-os ainda mais. Foi a confluência dessa crise crescente com a pandemia atual que finalmente mostrou que se esse disco fosse acontecer, tinha que acontecer agora.  

No início de setembro de 2020, a banda finalmente reuniu-se para dois ensaios antes de ir para o Rimshot Studios, na zona rural de Kent, gravar as faixas de base para todas as treze músicas do álbum, bem como as cordas (tocadas pela violinista Rachel Hall de Big Big Train) e partes do trompete (Shanti Jayasinha).

O resultado é um álbum que evoca a marca lendária daquela cidade, tanto quanto as raízes profundas de Philippe na arte da música francesa e um amor compartilhado pelo lado outonal do pop ensolarado. Thunderclouds foi editado com o selo da Tapete Records a 11 de dezembro e pode ser ouvido na íntegra abaixo. 

FacebookTwitter