7 ao Mês com Bang Avenue

7 ao Mês com Bang Avenue

| Março 15, 2021 11:28 am

7 ao Mês com Bang Avenue

| Março 15, 2021 11:28 am
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Os Bang Avenue são um jovem duo de músicos viseenses – Guilherme Marta (guitarra, voz) e Leonardo Patrício (teclados, voz) – que, por puro acaso, conheceram-se numa altura em que ambos eram estudantes na Universidade de Aveiro e, depois de deduzirem que têm um amor bastante forte pela vertente musical, decidiram eventualmente começar a tocar e a compor juntos. 

Eventualmente esta colaboração entre estes dois músicos engenhosos e inseparáveis começaram a dar frutos, entre eles o EP Not an Album lançado em 2019, que demonstra uma aptidão para criar sonoridades electrónicas suaves e ritmos volúveis, fundidos com riffs de guitarra graciosos e vocais substancialmente leves. Nesta edição do 7 ao Mês, estes jovens talentos são os nossos mais recentes convidados a falar acerca das suas influências musicais. 

Radiohead – In Rainbows (2007) 

 

Quando me perguntam sobre uma recomendação de um álbum, não consigo resistir á tentação de recomendar o In Rainbows, pelo simples facto de ser um masterpiece do início ao fim. A sua sonoridade transporta-me para uma dimensão de conforto, alegria, tristeza e euforia. A textura do som, a forma como cada instrumento se completa, a voz angelical de Thom Yorke, as guitarras e efeitos de Jonny Greenwood, os pormenores tímbricos de Ed O Brian, o baixo firme e quente de Colin e a bateria que nos vibra cada pelo do corpo de Phil Selway. Todo e qualquer som presente no álbum, existe com um propósito, e torna as suas músicas simples, mas complexas e aí está um ponto de grande inspiração musical. [Guilherme Marta]

Frank – I Love You All (2014) 

 

Não me posso esquecer de mencionar o filme que recorro todos os anos antes de decidir compor um álbum. O filme que me inspira e me inspirou a fazer música, tem o nome de Frank, e acompanha um grupo cujo nome é super difícil de pronunciar, e onde cada personagem tem o seu toque de peculiar. O filme encoraja-nos a fazer a nossa música, e a não copiar outros, encoraja-nos a ser criativos e refletir sobre a premissa de que tudo o que nos rodeia pode ser música, e daí partiu a sonoridade dos Bang Avenue[Guilherme Marta]

John Frusciante – Smile from the Streets You Hold (1997) 

 

Este álbum fala por ele próprio, mostra a arte no seu estado mais puro e cru. Conseguimos sentir a dor do artista, pela intensidade que as letras são cantadas, a rouquidão e instabilidade na voz, as guitarras desafinadas e sem qualquer tempo, a gravação crua e não tratada, mostram um dos lados mais negros do artista. [Guilherme Marta]

Uppermost – Revolution (2014) 

 

É dos artistas que sigo há mais tempo, e uma grande influência na forma em que penso quando componho música. Não propriamente em estilo, mas filosofia de tension-release inerte às suas produções, ambientes densos, sampling no seu melhor, inspirado em Justice. Foi ao descobri-lo no SoundCloud por mero acaso há 8 anos atrás, quando ainda me dava ao trabalho de passar horas a escavar por lá, que música eletrónica realmente me começou a entrar e comecei a desenhar os meus instrumentos e sons. Os trabalhos mais recentes dele já não me falam muito, mas naquela época não havia ninguém como ele. [Leonardo Patrício]

Photay – Onism (2017) 

 

Photay de alguma maneira conseguiu traduzir perfeitamente o seu moto enquanto artista, de contemplar o quieto. Ouvir uma peça de Photay é parar no tempo e dar espaço à mente, e costuma ser o meu refúgio quando chego ao fim de um dia saturadérrimo. Descobri-o completamente ao acaso, e é um artista que nunca me farto de ouvir em repeat. Ritmos viciantes, aquele aspeto metalo-orgânico inerte ao som dele, consegue soar wordly e altamente moderno ao mesmo tempo. Não há nenhum álbum dele que não seja no mínimo memorável, e é um exemplo de reivindicação criativa pelo qual tiro um guia muito forte de inspiração. [Leonardo Patrício]

Chico Buarque – Construção (1971) 

 

Este álbum… Já conhecia de longa data, mas parece que foi em 2020 que realmente compreendi este álbum, e durante um mês ou dois quase que não queria ouvir outra coisa, e ainda ouço como se fosse novo no momento em que estou a escrever isto. A melancolia é fortíssima mas extremamente bela neste álbum, não consigo explicar melhor que isto. E é um sentimento que me guia em muitas das minhas composições. É aquela coisa, músicas tristes fazem-nos sentir felizes de alguma maneira. [Leonardo Patrício]

Moullinex – Flora (2012) 

 

Mais especificamente da música “Flora”, é o nosso hino viseense. Traz memórias de verão, das semanas que passávamos na garagem do Marta a ensaiar ou a trabalhar em música, e havia sempre pelo menos um dia em julho em que o Moullinex vinha fazer DJ set à cidade. Reuníamos o pessoal, arranjávamos um ananás e lá íamos nós… Mais importante do que nos inspirarmos em músicas per se é talvez o momento que algumas geram, e que também queremos de certa forma, com as nossas músicas, causar a euforia a quem nos ouve da mesma forma que esta gera connosco e com os nossos amigos. [Guilherme Marta; Leonardo Patrício]

Se quiserem saber mais sobre o trabalho dos Bang Avenue, aproveitem para segui-los através do Facebook, ou pelo Bandcamp, que possui toda a discografia da banda.

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