7 ao mês com Império Pacífico

7 ao mês com Império Pacífico

| Maio 5, 2021 12:31 am

7 ao mês com Império Pacífico

| Maio 5, 2021 12:31 am
Na mais recente edição do 7 ao Mês recebemos os Império Pacífico, dupla criada por Luan Belussi (trash CAN) e Pedro Tavares (funcionário) que se prepara para editar o seu segundo LP, Flagship, na próxima sexta-feira, dia 7 de maio. O seu primeiro avanço, “Singapura“, já é conhecido e foi descrito pelos próprios como “uma viagem rápida à noite” pelo circuito urbano de Singapura (podem encontrar o vídeo que o acompanha aqui)

Entre as batidas ásperas e os sintetizadores apaziguantes, os Império Pacífico representam através das suas produções os movimentos da noite sem compromisso, sem etiquetas, apenas o som e uma meta: a dança idílica. Natural de Setúbal mas radicada em Lisboa, a dupla tem vindo a assumir-se como um dos nomes a ter em conta na fluorescente cena eletrónica da capital, sendo o EP Racing Team (2018) ou o álbum de estreia Exílio (2020) provas dessa electrónica por vir e da resistência criada pelo compasso da noite. 

Sobre as escolhas para esta edição, a dupla explica: “Estas 7 músicas (entre muitas outras) são para nós indispensáveis para o desenvolvimento não só do nosso som como dupla, mas também como seres humanos. Fazem parte de discos emblemáticos, uns antigos, outros mais recentes mas certamente todos importantes à sua maneira. Aqui fica um pouco de nós e do que roda nos nossos sistemas de som/earbuds”. Encontrem-nas em baixo.
Foodman – Kazunoko
Vimos esta a ser passada em estreia num DJ set do Foodman no Musicbox em 2019 e ficou para sempre presa na nossa cabeça. A cadência simples e ao mesmo tempo aberta deixa muito espaço para a mente fluir e pensar em algo mais. Música de dança assumidamente bem feita. De gente grande. 
LCD Soundsystem – Home
Há momentos, e a última faixa do This Is Happening foi sem dúvidas um deles. Entre viagens e o inevitável sair da casa dos pais, nada ressoava como esta música. É nostálgico recordar essa época a partir daqui, algo que fazia tanto sentido na altura. Mais do que a letra, o registo sonoro emotivo mas descomprometido, meio que intemporal por misturar tantas referências de tantas décadas.

DJ Rashad – Only One (feat. Spinn & Taso)

Ou qualquer uma deste disco. Mítico Rashad (& Crew) não engana, fez/faz parte de todos os telemóveis que já tivemos. Não há segredo: É um dos melhores músicos de sempre. Um dos que nos fez entender que mais do que a música, o som, é dos meios de expressão que menos barreiras tem. Hino é pouco. Clássico. 
Aphex Twin – Milk Man
Aphex Twin, de entre tantas incríveis que ele tem… uma das mais engraçadas. Ouvimos bastante esta na Packt FM quando fizemos ali aqueles pequenos broadcasts no início da quarentena. No universo sonoro onde habitamos, ninguém pode verdadeiramente negar a sua influência, directa ou indirecta. 
DJ Nigga Fox – Hwwambo
Foi nestas primeiras batidas iniciais que encontrámos outro quebra-barreiras que tanta falta fazia. Hipnotizante desde o primeiro hit de drum. Até hoje isto continua a ser um dos discos que mais nos influenciou a criar. Cru, duro, cheio de pica e acima de tudo REAL.
(Pedro) Desde que arranjei isto em vinyl em 2013 que não passo um par de semanas sem voltar às músicas. Isto é um dos melhores discos feitos em Portugal. Não há volta a dar, sem ser pôr o disco a rolar de novo.
Radiohead – Morning Mr Magpie
Se é que podemos dizer que algo desta banda é “underrated”, a verdade é que o The King of Limbs passou um pouco ao lado, um breve off-topic do que foi o álbum anterior e o seu sucessor. Mesmo assim, o curto disco teve um impacto muito grande em nós, não tanto por inovar ou ser diferente, mas pelo passo que representava em direção à música electrónica, a um universo mais abrasivo e próximo do Kid A, uma referência da nossa adolescência. Deu-nos uma certa coragem de olhar para mundos mais rítmicos e computorizados, como forma de expressão.
Four Tet – Locked
O início da década passada foi gentil connosco. O Four Tet é mais um artista com um repertório notável e escolher uma faixa nunca é fácil, mas a abertura do Pink ilustra muito bem o que faz o seu som e o apelo que ele tem. A sua forma de elencar os elementos na faixa e gradualmente trazer-nos para estes mundos dançáveis e ricos em detalhe é uma grande fonte de inspiração, seja para como compor uma faixa ou até mesmo pensar a estrutura de um disco, como o Flagship.
Flagship tem o selo da Leitura Tropical e está agendado para sair no dia 7 de maio. Saibam mais sobre o grupo em Facebook, Instagram e Bandcamp.

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